Porto Alegre,

Publicada em 24 de Outubro de 2025 às 16:49

UFSM e Emater capacitam para cultivo de flores no RS

Coordenador do projeto, Streck crê na necessidade de formar novos produtores para consolidar sustentabilidade da cultura

Coordenador do projeto, Streck crê na necessidade de formar novos produtores para consolidar sustentabilidade da cultura

UFSM/Divulgação/Cidades
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Larissa Britto
Larissa Britto Repórter
O projeto Flores Para Todos, uma iniciativa desenvolvida há oito anos pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), busca incentivar produtores rurais de diversas regiões do Brasil a introduzirem a floricultura como fonte de renda em suas agroindústrias. A iniciativa, que integra economia e sustentabilidade, capacita produtores e escolas rurais durante um semestre e chegou à sua 16ª fase, alcançando 312 municípios brasileiros de 21 estados.
O projeto Flores Para Todos, uma iniciativa desenvolvida há oito anos pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em parceria com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater-RS), busca incentivar produtores rurais de diversas regiões do Brasil a introduzirem a floricultura como fonte de renda em suas agroindústrias. A iniciativa, que integra economia e sustentabilidade, capacita produtores e escolas rurais durante um semestre e chegou à sua 16ª fase, alcançando 312 municípios brasileiros de 21 estados.
O projeto já capacitou 473 famílias e 98 escolas rurais. Só no Rio Grande do Sul, foram 247 famílias. De acordo com o professor de Arte Floral Nereu Streck, do curso de agronomia da UFSM e coordenador do projeto, a floricultura é um setor que cresceu 10% ao ano nos últimos oito anos devido a uma escassez de alternativas de cultivo nas zonas rurais de diversas regiões do país. “Nós temos uma oportunidade muito grande do agronegócio das flores. E o Brasil, por ter uma diversidade de clima e solo muito grande, abre essas possibilidades de procurar alternativas de agriculturas que se adaptem a essa ampla variabilidade ambiental. O Brasil é 70% tropical e 30% subtropical. Então, isso nos dá uma grande oportunidade com flores, especialmente flores de corte”, avalia.
As flores de corte são flores cultivadas para serem cortadas, colhidas e, posteriormente, comercializadas. O projeto cultiva cinco espécies de flores de corte: gladíolo, statice, girassol de corte, dália de corte e ornithogalum. O professor explica que essas espécies se adaptam facilmente aos diferentes tipos de clima e solo das regiões do país. “São espécies que não têm nenhum problema sob o ponto de vista ambiental. Nós trabalhamos com essas espécies, que são opções de adaptação a céu aberto. Elas aguentam sol, chuva, vento, frio e calor, e obviamente que precisam de água. Nós temos como prioridade a sustentabilidade ambiental utilizando essas cinco espécies que são adaptadas para o cultivo a campo com o mínimo de impacto ambiental”, afirma.
O projeto se desenvolveu no país através de equipes PhenoGlad, que estão vinculadas às universidades e aos institutos de pesquisa estaduais e conduzem os processos de seleção de produtores rurais. O PhenoGlad é um modelo matemático de software desenvolvido por professores e estudantes de graduação e pós-graduação em agronomia da UFSM, que é utilizado para calcular a emissão de folhas e a fenologia da cultura do gladíolo. 
No Estado, as famílias são selecionadas pela Emater-RS e os produtores podem participar somente uma vez do processo. “Nós buscamos famílias que tenham algumas características, como estarem abertos a inovação e que tenham um possível canal de venda de flores. Nenhuma dessas famílias é produtora de flores. O projeto não atinge produtores já existentes, porque eles já dominam todas as técnicas de cultivo. Nós precisamos formar novos produtores, para que isso consolide o crescimento sustentável da floricultura para os próximos 50 anos”, enfatiza Streck.
O RS vem se destacando pela produção na floricultura e em iniciativas de capacitação à produção e a outros aspectos relacionados às flores. Na região de Frederico Westphalen, no Noroeste do Estado, o paisagismo é o foco do projeto "Jardins do Norte Gaúcho", desenvolvido pela Emater/RS-Ascar desde 2020, uma  estratégia de valorização do meio rural e das cidades. A iniciativa alia beleza, sustentabilidade e qualidade de vida, alcançando atualmente 31 municípios da região gaúcha. 
E em Pareci Novo, no Vale do Caí, uma das principais regiões produtoras do RS, 246 produtores produziram um volume estimado de 2,2 milhões de unidades de plantas e flores em 2024, O município tem na floricultura uma das atividades centrais da sua economia. O setor representa 18,9% do Produto Interno Bruto (PIB) local, que foi de R$ 136,4 milhões em 2021, segundo dados do Departamento de Economia e Estatística (DEE) do Rio Grande do Sul.








 

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