Porto Alegre,

Publicada em 22 de Outubro de 2025 às 14:38

Vale do Taquari lança roteiros com trilhas de até 250km

Caminhos do Vale do Taquari integrarão a Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso; primeiro projeto será o Caminho de Lourdes

Caminhos do Vale do Taquari integrarão a Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso; primeiro projeto será o Caminho de Lourdes

Alício de Assunção/Divulgação/Cidades
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Larissa Britto
Larissa Britto Repórter
Um percurso de cerca de 250km para ser percorrido a pé, bicicleta ou a cavalo é a primeira atração de um novo roteiro turístico que abrangerá 40 municípios da Região dos Vales.
Um percurso de cerca de 250km para ser percorrido a pé, bicicleta ou a cavalo é a primeira atração de um novo roteiro turístico que abrangerá 40 municípios da Região dos Vales.
É o projeto turístico Caminhos do Vale do Taquari, que foi desenvolvido pela Associação dos Municípios de Turismo da Região dos Vales (AmturVales), em parceria com entidades locais, durante o 8º Seminário Estadual de Turismo de Natureza – um dos primeiros fóruns brasileiros voltados ao turismo ao ar livre – e o 3º Simpósio Gaúcho de Trilhas de Longo Curso, que teve seu encerramento em Lajeado nesta quarta-feira (22).
A iniciativa tem como objetivo promover a conservação ambiental, assim como a geração de renda e a valorização das comunidades e culturas locais das cidades integrantes. A rota de 250km pertence ao Caminho de Lourdes, que percorre 16 cidades e termina em Encantado, aos pés do Cristo Protetor, monumento religioso inaugurado em abril deste ano. 
Com o lançamento, os Caminhos do Vale do Taquari passarão a integrar a Rede Brasileira de Trilhas de Longo Curso, uma entidade composta por trilhas nacionais, regionais e locais que atuam de forma autônoma no Brasil. O roteiro tem previsão de ser inaugurado em maio de 2026 e reunirá trilhas de distintas modalidades, como interpretativas e educativas, de montanhismo, de cicloturismo, de cavalgadas, percursos aquáticos e caminhadas
O presidente da AmturVales, Rafael Fontana, conta que nenhuma das trilhas ainda está adequada para o fluxo de turistas, visto que não possuem placas sinalizadoras e não houve reuniões com as comunidades. “Nós ainda estamos desenvolvendo as trilhas, mas as certas são o Caminho de Lourdes, a trilha de cicloturismo, que envolve outras 15 cidades e as trilhas aquáticas, que envolvem mais 10 cidades. Muitas dessas cidades fazem parte de uma ou duas trilhas. Nesse primeiro momento, são esses três projetos que nós vamos implementar”, projeta.
Por enquanto, explicou Fontana, os custos para a estrutura do Caminho de Lourdes estão sendo bancados pelos municípios integrantes. "Serão várias formas de viabilizarmos isso. Há a mobilização de comunidades também para melhorias de alguns locais, com jantares e almoços para arrecadação de fundos". O presidente também pontuou a possibilidade da inscrição do projeto em editais do Ministério do Meio Ambiente ou da Secretaria Estadual do Meio Ambiente, para a obtenção de recursos.
De acordo com Fontana, o Caminho de Lourdes foi inspirado nas grutas consagradas a Nossa Senhora de Lourdes, construídas entre os séculos XIX e XX por imigrantes europeus na região, e busca resgatar tradições de fé e devoção à santa. 
O caminho envolverá 53 pequenas comunidades no trajeto, 15 grutas, 32 igrejas e 35 capitéis. “Vai ter uma sinalização com placas contando a história das comunidades. Na medida do possível, também haverá sinalização e placas da vegetação de determinados locais. Todo o trabalho que é feito a partir das comunidades nos ajudarão a estimular essa preservação da natureza. Mas para quem faz as caminhadas, a comunicação entre si é muito importante”, enfatiza Fontana. 
As trilhas interpretativas e educativas, segundo informações da AmturVales, são caminhos curtos, geralmente em parques ou áreas de conservação, com sinalização e painéis educativos voltados à educação ambiental, história local e cultura regional. As trilhas de montanhismo são caminhos voltados a ambientes com maior desafio técnico, altitude ou travessias mais longas e envolvem a conservação de ecossistemas frágeis e segurança do visitante. No cicloturismo, as trilhas são adaptadas às bicicletas, integrando estradas rurais, trilhas simples e vias de baixo tráfego
As trilhas equestres, ou de cavalgadas, são rotas projetadas para cavalgadas, com trechos seguros e infraestrutura para o manejo dos cavalos, como pontos de descanso, água e alimentação. Já as trilhas aquáticas, como o nome sugere, são percursos navegáveis, como rios, lagoas, manguezais e costas, feitos por caiaque, stand up paddle ou pequenas embarcações.
 

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