A Serra Gaúcha acaba de ganhar um novo roteiro turístico oficial. A Assembleia Legislativa aprovou o Projeto de Lei nº 59/2025, que institui a Rota dos Capitéis, reunindo dez municípios em torno de um patrimônio cultural e religioso que remonta à imigração italiana. A proposta, de autoria do deputado Guilherme Pasin (PP), foi aprovada de forma conclusiva na Comissão de Economia, Desenvolvimento Sustentável e Turismo, reunida nesta quarta-feira (1), e segue agora para sanção do governo estadual.
A rota abrange os municípios de Bento Gonçalves, Boa Vista do Sul, Carlos Barbosa, Coronel Pilar, Farroupilha, Garibaldi, Imigrante, Monte Belo do Sul, Pinto Bandeira e Santa Tereza. O percurso principal é formado por micro-roteiros que podem ser explorados de carro, a pé ou de bicicleta. São dez circuitos de cicloturismo e 15 de caminhada, somando cerca de mil quilômetros de trilhas que cruzam o interior da região e passam por aproximadamente 500 templos.
Os capitéis são pequenas construções de inspiração católica, erguidas nas beiras de estradas ou em propriedades particulares. Muitos foram construídos ainda no século XIX por famílias de imigrantes italianos, que cultivavam a tradição de realizar orações e pequenos cultos no local. Suas formas variam de cruzes simples a capelas maiores, com pequenos altares.
Em Garibaldi, o roteiro já atraía visitantes mesmo antes da conclusão oficial da estruturação. “Nós temos aqui alguns capitéis que já estão trazendo pessoas para caminhadas por essa rota. Ela ainda não está totalmente concluída, mas já está sendo visitada”, relatou a secretária de Turismo e Cultura de Garibaldi, Lina Berto Furlanetto.
Garibaldi, um dos municípios integrantes, aposta no potencial religioso para diversificar sua oferta turística. “Nós temos a nossa igreja, que é muito bonita, os frades capuchinhos que recebem visitação e até uma pousada, com capela interna. Estamos também criando uma via sacra para peregrinação, que deve fomentar ainda mais o turismo religioso”, acrescentou Lina.
A oficialização da rota é vista como oportunidade para ampliar o turismo regional, valorizando tanto a religiosidade quanto o patrimônio histórico-cultural da Serra. Para além da fé, os capitéis também são considerados símbolos da memória da imigração italiana, preservados como marcos de identidade comunitária. Com a nova lei, a expectativa é de que o roteiro se consolide como alternativa permanente ao turismo tradicional da região, atraindo visitantes durante todo o ano, com experiências que unem espiritualidade, história e contato com a paisagem serrana.