O município de Anta Gorda viveu um momento especial esta semana. Além da entrega do restauro da Casa Martelli, um símbolo da colonização italiana no Rio Grande do Sul, a cidade vai celebrar o queijo colonial, que está em busca de reconhecimento como patrimônio cultural imaterial, com um Seminário e uma exposição fotográfica.
Erguida em 1910 pelo casal Alexio Angelo Martelli e Elisabetta Da Ré, a Casa Martelli é um exemplar da arquitetura italiana, construído em madeira de canjerana e tijolos de barro sobre pedras de basalto cuidadosamente talhadas. Lar de uma numerosa família, a casa representa um marco da presença e resistência da imigração italiana na Linha Viena, zona rural de Anta Gorda.
Foram restauradas a casa principal em madeira e seu porão, e a cozinha de alvenaria. O projeto ainda prevê a construção do Memorial do Leite, espaço que contará a história da produção leiteira em Anta Gorda e terá uma pequena queijaria para oficinas, aproximando o público das tradições alimentares da região.
Já o Seminário de Patrimonialização Cultural Imaterial do Queijo Colonial reconhece e valoriza os saberes, práticas e tradições que dão sentido a este bem cultural, assegurando sua transmissão entre gerações e fortalecendo a identidade das comunidades produtoras. As pesquisadoras Bruna Bresolin, da Emater, e Larissa Ambrosini, do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação, ao lado do fotógrafo Fernando Dias, apresentam a pesquisa e a exposição fotográfica “Uma história a ser contada: resgate e valorização do queijo colonial do Rio Grande do Sul”, que evidencia a força simbólica do queijo como elo entre memória, território e identidade. O estudo consolida como campo de aprofundamento as regiões da Serra, Quarta Colônia e Vale do Taquari, territórios onde o fazer do queijo colonial é parte indissociável da história e do modo de vida local.