Porto Alegre,

Publicada em 16 de Setembro de 2025 às 18:25

Condomínios fechados ocupam 50% da área de Xangri-lá

Cidade do Litoral Norte gaúcho tem se utilizado da contrapartida aos investidores para obter melhorias na infraestrutura local

Cidade do Litoral Norte gaúcho tem se utilizado da contrapartida aos investidores para obter melhorias na infraestrutura local

/Natália Prudêncio/Especial/Cidades
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Natália Prudêncio
Natália Prudêncio Repórter
Xangri-Lá, no litoral Norte do Rio Grande do Sul, vem se consolidando como um dos principais polos de condomínios fechados do Estado. De acordo com dados da prefeitura, o município contabiliza atualmente cerca de 50 empreendimentos entre concluídos e em fase de construção, número que já representa quase metade do território urbano ocupado por esse tipo de loteamento. A expansão, marcada por obras em diferentes pontos da cidade, tem impulsionado a valorização imobiliária, atraído novos perfis de moradores e investidores e provocado debates sobre infraestrutura, mobilidade e preservação ambiental.
Xangri-Lá, no litoral Norte do Rio Grande do Sul, vem se consolidando como um dos principais polos de condomínios fechados do Estado. De acordo com dados da prefeitura, o município contabiliza atualmente cerca de 50 empreendimentos entre concluídos e em fase de construção, número que já representa quase metade do território urbano ocupado por esse tipo de loteamento. A expansão, marcada por obras em diferentes pontos da cidade, tem impulsionado a valorização imobiliária, atraído novos perfis de moradores e investidores e provocado debates sobre infraestrutura, mobilidade e preservação ambiental.
Segundo o secretário municipal de Planejamento, Luiz Alberto de Moura Cabelleira, a legislação que regulamenta os condomínios foi instituída em 2005 e, desde então, direciona a expansão urbana local. “Quase 50% do município já está em condomínios, totalizando em torno de 50 empreendimentos, e há outros em processo de aprovação”, explica. Ele destaca que cada novo projeto precisa cumprir a chamada “lei da contrapartida”, que determina a destinação de recursos para melhorias de interesse público. “Hoje o município usa praticamente toda essa contrapartida em benfeitorias, como pavimentação, iluminação e escolas, beneficiando a coletividade”, afirma.
 
 
 
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No campo da infraestrutura básica, Cabelleira observa que os condomínios já contam com rede de esgoto e que a cidade busca universalizar o serviço até 2033, em parceria com a concessionária Corsan Aegea. “Até o final de 2025, 60% do município terá cobertura, e a previsão é chegar a 96% até 2033, restando apenas áreas ainda não ocupadas”, detalha. Outro ponto mencionado é o licenciamento ambiental: desde que a prefeitura assumiu autonomia sobre os processos, a análise de projetos e a definição de áreas de preservação passaram a ser conduzidas localmente. “Isso trouxe maior agilidade, sem abrir mão dos critérios técnicos”, avalia o secretário.
Do ponto de vista do mercado, a expansão se reflete em um crescimento contínuo da demanda por imóveis em condomínios fechados. Para Alessandro Pereira de Andrades, vice-presidente da Associação das Imobiliárias e Corretores de Imóveis de Xangri-Lá (Associx), a localização estratégica da cidade é um dos fatores que impulsionam esse movimento. “Xangri-Lá se tornou um polo dos condomínios fechados pela proximidade com Porto Alegre e por ser uma praia tradicional do veraneio gaúcho”, aponta.
A busca por segurança e lazer tem sustentado a atratividade dos empreendimentos. “O mercado segue aquecido porque atende famílias de praticamente todas as cidades do Rio Grande do Sul”, afirma Andrades. Ele explica que o setor concentra três perfis principais de compradores: moradores permanentes, veranistas e investidores. “Depois da pandemia, vimos também crescer o perfil de quem divide a rotina entre a cidade e a praia, aproveitando a possibilidade de trabalho remoto”, acrescenta.
Além do impacto imobiliário, os condomínios movimentam a economia local. “Eles impulsionam a construção civil, o comércio e os serviços, trazendo recursos para a cidade e ampliando o consumo em diferentes setores”, analisa o vice-presidente da Associx. A diversidade de projetos, segundo ele, amplia o leque de opções: alguns empreendimentos oferecem infraestrutura de lazer completa, enquanto outros apostam em diferenciais como contato com a natureza ou serviços exclusivos.
Se, por um lado, o crescimento reforça a imagem de Xangri-Lá como um destino de alto padrão no litoral, por outro, levanta questões sobre o equilíbrio entre expansão urbana e qualidade de vida. Moradores e autoridades discutem os efeitos sobre o trânsito, a mobilidade e a preservação de áreas verdes. Para a prefeitura, o desafio é compatibilizar a chegada de novos empreendimentos com investimentos em infraestrutura urbana, buscando atender tanto os residentes dos condomínios quanto a população em geral.
Com novos projetos em análise e o setor imobiliário aquecido, Xangri-Lá projeta manter o ritmo de expansão nos próximos anos. O município, que abriga empreendimentos de grande porte, consolida-se como referência em um modelo urbano marcado pela exclusividade e pela valorização imobiliária, mas também por debates sobre sustentabilidade e gestão do crescimento.

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