A 11ª edição do Festival de Cinema Escolar de Alvorada (Fecea), que ocorrerá entre os dias 24 e 29 de novembro, atingiu a marca de 1.065 filmes inscritos, produzidos por estudantes de 80 países da América do Sul e Norte, Europa, África e Ásia. Serão mais de 100 prêmios, distribuídos em categorias que evidenciam pautas como diversidade, inovação e representatividade. Os estudantes das redes pública e privada do município interessados em participar do festival têm até o dia 15 de outubro para inscrever suas produções.
A iniciativa surgiu em 2015 a partir de um projeto escolar organizado pelo professor André Bozzetti, cujo objetivo era promover oficinas de cinema. “Os filmes que nós produzimos na escola participaram do festival Primeiro Filme, do Carlos Gerbase, e nós fomos premiados lá. Nós vimos nossos filmes exibidos numa tela de cinema e vimos pessoas de outros lugares do mundo apresentarem seus filmes também. Esse intercâmbio cultural me fez pensar ‘nós temos que ter isso em Alvorada também’” diz Bozzetti, coordenador e idealizador do festival.
O projeto visa incentivar a produção audiovisual entre estudantes, valorizar a diversidade e estimular o pensamento crítico através da arte e é promovido pela Secretaria Municipal de Educação. A curadoria das produções conta com a colaboração de cerca de 30 jurados, incluindo críticos de cinema, profissionais do audiovisual, jornalistas, professores, atores e ex-alunos dos projetos de cinema alvoradenses. Ao final, são selecionados cerca de 300 curta-metragens, que devem ter no máximo 20 minutos de duração.
Entre as categorias, estão o Prêmio Eduardo Coutinho (Melhor Documentário), o Prêmio Sirmar Antunes (Protagonismo Negro), o Prêmio Marielle Franco (Protagonismo Feminino), além de reconhecimentos em outros segmentos. “Todos esses prêmios especiais foram sugestões de alunos. Então, o primeiro prêmio especial que nós tivemos foi justamente o prêmio Marielle Franco, que surgiu pela questão do protagonismo feminino, pela importância que ela tinha na luta pelas mulheres. Mesmo não sendo ligada ao cinema, a Marielle tinha essa questão de ser uma voz feminina muito forte e que lutava por direitos”, explica.
Ele destaca que esta edição conta com o maior número de produções do continente africano, com oito países inscritos. “Outra coisa interessante é que tem um filme da Coreia do Norte e é o segundo curta do país coreano que nós recebemos nesses 11 anos de festival. Nós recebemos curtas também do Uzbequistão, do Cazaquistão, da Geórgia, de Israel e da Palestina. Eu ainda não assisti esses curtas, mas em outras edições nós percebemos muito a visão dos países que estão em guerra. E nunca é uma questão de defender o seu país do outro. Eles querem mostrar como a guerra não é boa para ninguém”, comenta Bozzetti.
O festival também recebe produções nacionais e os curtas alvoradenses são avaliados em uma categoria especial, não concorrendo com outras produções. As inscrições amplas já foram encerradas e agora estão abertas exclusivamente para alunos de Alvorada. As exibições presenciais e online acontecerão de 24 a 28 de novembro. Já a cerimônia oficial de premiação será em 29 de novembro, na Câmara Municipal de Alvorada.