Porto Alegre, sex, 19/09/25

Publicada em 07 de Agosto de 2025 às 13:42

Estudantes de Agronomia da UFPel colaboram com o monitoramento de doença na cultura da soja

Pesquisa da Ufpel investiga a ferrugem asiática, uma das doenças mais destrutivas da cultura da soja em todo o mundo

Pesquisa da Ufpel investiga a ferrugem asiática, uma das doenças mais destrutivas da cultura da soja em todo o mundo

Ascom Ufpel/Divulgação/Cidades
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Jornal Cidades
Atividades de coleta de folhas e de análise laboratorial desenvolvidas por estudantes no curso de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) têm contribuído para a identificação, em plantações da região Sul do RS, de uma das doenças mais destrutivas da cultura da soja em todo o mundo: a chamada ferrugem asiática. O monitoramento, efetuado por acadêmicas e acadêmicos da UFPel na disciplina Epidemiologia de Doenças de Plantas, auxilia produtoras e produtores a tomarem medidas adequadas para a proteção da lavoura.
Atividades de coleta de folhas e de análise laboratorial desenvolvidas por estudantes no curso de Agronomia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) têm contribuído para a identificação, em plantações da região Sul do RS, de uma das doenças mais destrutivas da cultura da soja em todo o mundo: a chamada ferrugem asiática. O monitoramento, efetuado por acadêmicas e acadêmicos da UFPel na disciplina Epidemiologia de Doenças de Plantas, auxilia produtoras e produtores a tomarem medidas adequadas para a proteção da lavoura.
De acordo com o professor da UFPel responsável pelo trabalho, Julio Barbosa, a ferrugem asiática é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi. A doença, alerta, é altamente agressiva, e pode provocar perdas superiores a 80% na produtividade da soja, caso não seja identificada e manejada a tempo.
Nas safras de 2023 e 2024, foram identificados por estudantes UFPel cenário de aumento dos focos de ferrugem asiática: 13 e 10, respectivamente. Esse resultado, explica o professor, é superior ao biênio anterior.

Para tanto, estudantes da Universidade realizaram coletas de folhas de soja em lavouras de Pelotas, Capão do Leão, São Lourenço do Sul, Canguçu, Camaquã, Bagé, Santa Vitória do Palmar, Cristal e Dom Pedrito, municípios onde o cultivo da soja tem sido crescente. As amostras foram analisadas em laboratório para a detecção e identificação do fungo. Os dados gerados colaboram para o mapeamento da ferrugem asiática pelo Consórcio Antiferrugem, coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
A iniciativa, na avaliação do professor, oferece a estudantes uma vivência prática indispensável à sua formação. 
Os esporos do fungo causador da ferrugem asiática são disseminados rapidamente pelas lavouras, principalmente pelo vento. Sobrevivem também por meio das chamadas “plantas voluntárias” (as que nascem espontaneamente) no período de entressafra. Tal característica, adverte o professor da UFPel, exige vigilância constante. Torna-se, essencial, assim, o “cumprimento do vazio sanitário da soja”, período em que é proibida a presença de plantas de soja no campo. A medida tem como objetivo a interrupção do ciclo de vida do fungo.
Outra necessidade identificada é o cumprimento do calendário de semeadura da soja, entre outras recomendações indicadas pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). Essa medida busca também a racionalização das aplicações de fungicidas. Como consequência, reduzem-se os riscos do desenvolvimento de resistência do fungo às moléculas químicas utilizadas para o controle da doença.

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