Porto Alegre,

Publicada em 05 de Agosto de 2025 às 12:06

Restauração do Grande Hotel de Pelotas aguarda nova licitação

Obras do Grande Hotel, em Pelotas, transformarão local no Hotel-Escola da UFPel e abrigará curso de Hotelaria da instituição

Obras do Grande Hotel, em Pelotas, transformarão local no Hotel-Escola da UFPel e abrigará curso de Hotelaria da instituição

Amanda Kuhn/Especial/Cidades
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Amanda Kuhn
De Pelotas, especial para o Cidades
De Pelotas, especial para o Cidades
Fechado desde 2019, o edifício que abrigou o Grande Hotel, em Pelotas, aguarda a retomada das obras de restauração, que permitirão que o local abrigue o hotel-escola do curso de Hotelaria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel).
Com 38% dos trabalhos executados até o momento, a continuidade da reforma depende de nova licitação, que será lançada após atualização do orçamento em parceria entre a UFPel e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A previsão de conclusão é de dois anos após o reinício.
As obras começaram em 2019 e foram interrompidas em 2021, devido a entraves financeiros e impactos da pandemia da covid-19. Do orçamento total de R$ 11,5 milhões, já foram investidos R$ 4,5 milhões no período. O projeto integra o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) Cidades Históricas, do Governo Federal.
A reitora da UFPel, Úrsula Silva, explica que a retomada exige uma nova empresa responsável pelas obras. “Durante a pandemia, houve uma questão de aditivos. Foi feita uma parte dessa obra, agora nós terminamos esse diagnóstico. O próximo passo é retomarmos com o Iphan esse orçamento para finalização da obra e, à medida que esse acordo for fechado, vamos abrir uma licitação para a retomada da obra”, disse.
Obras do Grande Hotel, em Pelotas, transformarão local no Hotel-Escola da UFPel e abrigará curso de Hotelaria da instituição | Amanda Kuhn/Especial/Cidades
Obras do Grande Hotel, em Pelotas, transformarão local no Hotel-Escola da UFPel e abrigará curso de Hotelaria da instituição Amanda Kuhn/Especial/Cidades
O edifício tem 4,3 mil metros quadrados e está localizado na Praça Coronel Pedro Osório, área central de Pelotas. Tombado em nível municipal desde 1986 e incluído no conjunto federal de tombamento pelo Iphan em 2018, o prédio foi inaugurado em 1928 e já abrigou banquetes, bailes de carnaval e hospedagens de figuras públicas. Em 2002, foi adquirido pela prefeitura e transferido à UFPel em 2011.
O projeto de restauro contempla intervenções de acessibilidade e modernização das instalações. “Foi realizado todo um processo de acessibilidade, que não havia. Também foi feita a individualização dos banheiros, porque os quartos não tinham banheiro individual. Agora vem a etapa de acabamentos, que, como é um prédio histórico, pode demorar um pouco mais, mas nossa expectativa é que em dois anos a gente conclua a obra”, afirmou a reitora.
O projeto prevê 28 quartos — quatro deles adaptados para pessoas com deficiência —, além de restaurante, cafeteria, recepção, salas de aula, laboratório de gastronomia, sala de informática e área administrativa. Os andares foram organizados respeitando a vocação dos espaços originais. A estrutura permitirá oferta de serviços de hospitalidade à comunidade e a turistas.
Úrsula Silva destaca a importância do prédio para o município: “O Grande Hotel tem uma importância histórica para a cidade de Pelotas, tem uma valorização para o turismo. Essa obra vai atender a esses dois objetivos: atendimento enquanto serviço para a cidade e também fomento ao turismo.”
A reitora também ressaltou o potencial de reintegração do espaço à paisagem urbana. “Nós vamos poder hospedar pessoas, os turistas poderão visitar e estar nesse espaço. Há uma relação de pertencimento com a cidade. Os turistas buscam fotografar o prédio, ele tem uma arquitetura voltada aos valores ecléticos do século XIX, algo que chama muita atenção.”
Projetado por Theóphilo de Barros, o Grande Hotel é uma construção de esquina com elementos arquitetônicos do estilo art nouveau. Possui subsolo habitável, andar térreo elevado, pavimentos-tipo e uma torre cilíndrica com cúpula na esquina principal — estrutura que abriga a caixa d’água e marca o acesso ao edifício.
O prédio já foi citado por Berilo Neves, no livro Pompas e Cochilhas, como um dos poucos hotéis do mundo a fazer jus ao nome “Grande Hotel”. Por anos, foi o principal hotel da cidade e considerado um dos principais salões de festas de Pelotas, com jantares e eventos que integravam a vida social do município.

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