Com 176 anos completados em janeiro de 2025, o Mercado Central de Pelotas mantém seu papel histórico como um dos principais espaços públicos da cidade e segue sendo referência em turismo, cultura e comércio local, sendo um ponto de encontro tradicional para os consumidores. Localizado na Praça 7 de Julho, em pleno Centro Histórico, o mercado é considerado um dos mais antigos no país e reúne 42 estabelecimentos em atividade.
Construído em 1845, o prédio é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e passou por diversas transformações estruturais ao longo de sua trajetória. Sobreviveu a um grande incêndio em 1969 e teve sua última grande reforma realizada entre os anos de 2008 e 2012. Desde então, tem funcionado como ponto de encontro entre tradição e atividade econômica.
Ao todo, o mercado conta com mais de 4 mil metros quadrados de área construída. Das 83 bancas disponíveis, 42 estão atualmente ocupadas, movimentando aproximadamente 250 empregos diretos. O espaço abriga uma diversidade de comércios, como peixarias, docerias, bares, restaurantes, lanchonetes, lojas de especiarias, produtos artesanais e serviços como barbearia.
Um dos comerciantes mais antigos do local é Vicente Gill, barbeiro que atua no mercado há 56 anos. “Eu tenho freguês com 50 anos de atendimento. Tenho freguês de quatro gerações”, enumera. Dono da Barbearia Gill, ele destaca a importância das relações que construiu ali. “Hoje, se eu tivesse que morrer, e Deus me perguntasse o que eu queria ser, eu diria que queria ser barbeiro no mercado e ter os mesmos amigos de volta. Isso é o segredo do barbeiro: amizade.”

Barbearia Gill, no Mercado Central, tem clientes que frequentam espaço há mais de 50 anos
Amanda Kuhn/Especial/Cidades
Outra empreendedora que mantém sua trajetória ligada ao Mercado Central é Bruna Fonseca, da peixaria Estrela do Mar. “A gente tem uma história muito longa. Caminhos mais fáceis, outros mais difíceis. Teve pandemia, a economia também está com dificuldade, mas a gente segue firme, sempre batalhando pelos nossos objetivos”, relata.
Para ela, o mercado representa mais que um ponto de venda. “É a nossa história de vida, de comércio, de tudo. A nossa vida sempre foi baseada aqui. A gente está sempre torcendo, sempre fazendo sua parte para melhorar”, completa Bruna, ao reforçar o compromisso dos comerciantes com a preservação e o fortalecimento do local.

Peixaria Estrela do Mar é uma das 42 bancas em funcionamento no mercado
Amanda Kuhn/Especial/Cidades
Além do comércio, o mercado também concentra atividades culturais e sociais. Toda quinta-feira, ocorre a tradicional Feira Agroecológica. Já aos sábados, é realizado o Mercado das Pulgas. O prédio histórico funciona todos os dias da semana, oferecendo uma programação que transcende a venda de produtos. Ao longo do ano, exposições, apresentações artísticas e ações de valorização do patrimônio cultural são promovidas no local. Essas iniciativas contribuem para reforçar o papel do mercado como ponto de convergência entre moradores, visitantes e produtores locais.