A Azul Linhas Aéreas emitiu uma nota, na sexta-feira (1), em que comunicou a decisão de suspender voos da rota entre Santa Maria e Campinas-SP. A companhia continuará oferecendo voos de Santa Maria a Porto Alegre (RS) com três frequências semanais, às terças, quintas e sábados, de onde os clientes poderão se conectar em voos diretos para o Aeroporto de Viracopos ou demais localidades.
Segundo o comunicado, as mudanças fazem parte de um "processo normal e programado de ajuste de mercado, e foram cuidadosamente avaliadas para garantir a sustentabilidade das rotas da companhia, mantendo o equilíbrio entre oferta e demanda, sem comprometer a qualidade dos serviços oferecidos aos seus clientes", disse a empresa, em nota.
Conforme o secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação, Ronie Gabbi, o motivo para o cancelamento da rota foi por conta de uma instabilidade econômica da Azul. A empresa pediu em maio deste ano a recuperação judicial na Justiça dos Estados Unidos. O processo contempla aproximadamente US$ 1,6 bilhão em financiamento durante o processo, eliminação de mais de US$ 2,0 bilhões em dívidas e previsão de até US$ 950 milhões em novos aportes de capital no momento da saída.
Além disso, outras dificuldades em relação à linha e ao modelo utilizado para transporte pesaram na decisão. "O modelo de avião utilizado pela Azul no trajeto Santa Maria-Campinas é um ATR 72, que não é considerado adequado por eles para esse tipo de trajeto, por ser de longa distância e pelo custo operacional alto, por não conseguir levar muita carga", explica o secretário. No entanto, Gabbi afirma que a taxa de ocupação de passageiros nos voos era de 98% - porém, a parte de encomendas e transporte em geral de itens pesou na decisão.
O secretário afirma que, em 12 meses, a linha transportou, tanto para saída quanto chegada em Santa Maria, mais de 24 mil passageiros. "Tão logo o município soube da suspensão, tentamos negociar com a Azul para manter a linha, mas sem sucesso. Buscamos, também, outras linhas aéreas para operar a conexão com São Paulo", afirma.
No entanto, o secretário afirma que o Aeroporto Regional Brigadeiro Cherubim Rosa Filho só é capaz de receber voos de modelos semelhantes ao ATR 72, por conta das limitações na pista. A prefeitura procurou o comando da Aeronáutica para buscar autorização, porém, ainda aguarda um retorno. Se aprovada a mudança no Número de Classificação do Pavimento (PCN, sigla em inglês), o terminal poderia receber aviões do tipo turbojato, com maior capacidade de cargas e passageiros e custo menor às empresas aéreas.