A restauração da cobertura da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, em Pelotas, foi entregue pelo governo estadual. Com investimento superior a R$ 1 milhão, a ação restabelece a segurança e a estabilidade da estrutura do templo, também conhecido como Igreja do Porto, e restaura o seu sistema construtivo original.
Desde a sua inauguração, em 1916, a igreja passou por diversas obras. Uma delas, realizada entre os anos de 2012 e 2013, substituiu a estrutura original de madeira do telhado e a cobertura em telha cerâmica francesa por estrutura e telhas metálicas - o que abalou a estrutura do prédio, afetando visivelmente a emenda entre os dois volumes, construídos em momentos distintos. Além disso, diversas rachaduras surgiram em vários pontos do prédio, fragilizando ainda mais a edificação.
O projeto de restauração da igreja foi elaborado em 2014, pela arquiteta e urbanista Simone Neutzling. Em 2020, foi necessária a realização de um plano de salvamento emergencial, em que se executou a intervenção de escoramento estrutural e o salvamento dos elementos decorativos (vitrais, paravento em madeira, rodapés de mármore e pisos), visando preservar o imóvel e impedir o seu desabamento. Foi aprovada, recentemente, a restauração do forro de madeira da Igreja Sagrado Coração de Jesus, com investimento autorizado de R$ 1,3 milhão.
O templo católico desempenhou um papel importante na história de Pelotas, tendo sido a primeira igreja construída na região do porto desativado sobre o canal São Gonçalo. Ao longo dos anos, testemunhou diversas transformações da cidade e continua sendo um importante marco religioso da comunidade local.
A construção da matriz definitiva da Igreja do Sagrado Coração de Jesus iniciou-se em agosto de 1915, após a colocação e a bênção da pedra fundamental no terreno doado por Evaristo Alves Ribas e sua esposa, localizado no cruzamento das ruas Gomes Carneiro e Aquidaban (atual Cel. Alberto Rosa). O projeto original, desenvolvido pelo arquiteto paulista Frederico Pedro Sonnesen, incluía uma fachada com uma torre elevada à esquerda, uma torre de altura menor à direita e uma torre central, também menor, marcando a entrada. No entanto, a fachada passou por alterações antes de ser aprovada.
Por sua importância histórica, arquitetônica, estética, paisagística e simbólica para a cidade, a igreja foi oficializada como bem integrante do Inventário do Patrimônio Cultural de Pelotas, em 2003. Passados 16 anos, o templo foi reconhecido pelo tombamento municipal. Essa decisão permitiu maior proteção da construção e de sua história no contexto urbano em que está inserida.