Impedidos de realizar a inauguração oficial do santuário destinado a Lúcifer, na cidade de Gravataí, os fundadores da Nova Ordem de Lúcifer na Terra (NOLT) declararam que entregaram todas as documentações solicitadas pela prefeitura, mas seguem sem receber o alvará. A espera, segundo o grupo, já dura mais de três meses.
Fixado em um sítio privado na área rural de Gravataí, o monumento, que mede cinco metros, deveria ser inaugurado em 13 de agosto. No entanto, a 4ª Vara Cível Especializada em Fazenda Pública do Fórum de Gravataí acatou o pedido da prefeitura para a interdição do templo. A decisão impediu a realização do evento de inauguração, bem como determina interdição do local até a regularização administrativa, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.
Segundo o departamento jurídico do NOLT, toda a documentação prevista em lei foi anexada ao processo no dia seguinte ao solicitado, 14 de agosto e, em 15 de agosto, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo solicitou novas documentações. Duas semanas depois,, o alvará passou por diversos pedidos extraoficiais, como ofícios e assinaturas do Conselho Municipal do Povo de Terreira, além de reuniões com membros do Conselho e secretários municipais, mas ainda não teve sua licença expedida.
O templo, que está localizado em área rural distante da movimentação pública, deve sediar os cultos, voltados exclusivamente para convidados e adeptos da religião. O co-fundador do templo, Mestre Lukas de Bará da Rua, que também é dono de um templo de quimbanda na cidade, explica que os integrantes se organizaram e emitiram alvarás para três novas áreas do município. "Agora, com esses três novos alvarás vamos inaugurar um Santuário para Lúcifer, outro para Belzebuth, outro para Satanás. Não é possível que nenhuma das áreas possa ser utilizada", disse.
Consultada, a prefeitura de Gravataí afirmou o pedido de viabilidade para a instalação do referido templo religioso está sob análise do Conselho Municipal do Povo de Terreiro, colegiado ao qual cabe decisão sobre eventual deferimento ou não da solicitação. A análise de viabilidade leva em consideração aspectos legais, como a conformidade do empreendimento em relação ao Plano Diretor Municipal. Segundo a prefeitura, trata-se de etapa preliminar e anterior à emissão de alvará pela Administração. Não foi dado prazo para uma resposta sobre o assunto.