Foi realizada, na sexta-feira (4), a reabertura da cápsula do tempo que estava na base do monumento da Força Expedicionária Brasileira (FEB), em São Leopoldo. O ato ocorreu no Centro Cultural José Pedro Boéssio. O recipiente foi desenterrado no dia 17 de julho, mas os materiais foram mantidos no seu interior para serem preservados.
O coordenador de Patrimônio Histórico da Secult, Márcio Linck, explicou a situação da cápsula, que foi encontrada comprometida. "A tampa de alumínio tinha furos e, com isso, a água da cheia de maio entrou. Essa cápsula foi enterrada em 1946", disse. Na época, o prefeito Carlos Souza Moraes decidiu colocar a cápsula como parte das celebrações.
Linck apresentou os itens encontrados na cápsula, incluindo jornais, moedas, mapa urbano da cidade na época, o convite e a ata do lançamento da pedra fundamental do monumento. Foi notado como os réis (moeda antiga brasileira) não estavam mais em circulação na época, e um dos jornais mais danificados foi o Correio do Povo, que estava mais exposto e cobrindo os outros jornais. A cápsula guardava as edições dos jornais Correio do Povo, Diário de Notícias (Porto Alegre), O Imparcial (São Leopoldo) e Correio de São Leopoldo. Os itens serão doados ao Museu Histórico Visconde de São Leopoldo.
Também estava entre os itens salvos no material da cápsula, uma peça que remete a um adorno em formato de emblema, confeccionado com tecido com a imagem da cobra fumando, símbolo adotado pelos expedicionários e usado no uniforme dos soldados brasileiros na Segunda Guerra Mundial. Este distintivo também estava presente em outros ornamentos, incluindo placas e símbolos do exército, feitos de materiais como cobre e bronze, junto ao monumento, que foram furtados ao longo do tempo. Em 1946, durante o centenário do vilamento de São Leopoldo, alguns municípios ainda pertenciam à cidade, tornando esse resgate histórico ainda mais relevante para toda a região do Vale do Rio dos Sinos.