Os 111 cachorros que ainda estão no abrigo criado durante o período da enchente de maio, dentro de um supermercado de São Leopoldo, no Vale dos Sinos, serão transferidos para um outro local até a segunda-feira (9). É o que afirma a prefeitura, que gerencia o espaço. Os animais irão para um novo espaço de acolhimento, que está em processo de finalização da contratação emergencial, ainda não divulgado pelo município. Os pets estão há quatro meses no local provisório e ainda aguardam por um tutor.
A secretária de Proteção Animal de São Leopoldo, Solange Biegelmeyer, conta que, durante o período da enchente, em apenas um dia, o número de animais chegou a dobrar. Em alguns dias, cerca de 50 bichos foram encaminhados ao espaço, que fica em uma unidade desativada do Big/Carrefour na cidade. No período mais crítico, o local provisório chegou a acolher 1.700 animais que em grande parte ao longo dos meses foram para lares de tutores. No entanto, ainda restam 111 cachorros à espera da adoção.
"A gerência do supermercado gentilmente cedeu o espaço por 90 dias. E pedimos mais 30 dias e eles aceitaram, mas aqui não é o local ideal para os bichos", complementa a secretária
De a acordo com a chefe da pasta, os animais ficam o tempo inteiro presos com uma corrente de 30 centímetros, luz artificial 24 horas por dia e sem acesso, por exemplo, a passeios na área externa. Como consequência dessa situação, muitos cães estão estressados e até agressivos. "Quando eles são adotados recebemos o retorno que eles voltam a ser carinhosos e mansos. É nítida a diferença", analisa Solange. Ela conta que a prefeitura está em processo de negociação com uma empresa especializada, que oferecerá um espaço para que possam ser soltos.
Outra opção para oportunizar mais qualidade de vida aos cachorros é a adoção. O abrigo recebe os possíveis tutores todos os dias das 11h às 17h para visitação, reconhecimento e acolhida. Após a instalação no novo espaço de acolhimento, a secretaria planeja divulgar novas ações específicas para incentivar a adoção dos pets.
Um outro problema observado é que, há mais de um mês, o abrigo provisório não recebe a oferta de voluntários. Os cuidados dos bichos ficam por conta dos 25 funcionários divididos nos quatro turno do dia para realizar ações, como ofertar a ração e a limpeza dos dejetos. A prefeitura gasta mensalmente em torno de R$ 350 mil reais para a alimentação e cuidados veterinários.