Conhecida como a terra da rapadura, a cidade de Santo Antônio da Patrulha, no Litoral Norte, projeta um salto na produção de doce à base melado para os próximos meses, já com o enfoque na Festa Junina. Com faturamento anual de R$ 332 milhões, uma das mais tradicionais indústrias do setor de doce do município, DaColônia Alimentos, quase dobra a fabricação de produtos durante este período.
O diretor administrativo da empresa, Willian Faria, afirma que a fabricação de produtos aumenta de 1.4 mil para 2.2 mil toneladas por mês. Esse aumento gera, também, oportunidades de emprego. A DaColônia, que emprega 750 funcionários durante o ano todo, aumenta o seu quadro contratando de 200 até a 250 trabalhadores no período de janeiro a março para a elaboração dos produtos de São João - o faturamento da empresa também cresce, em média, R$ 15 milhões por mês durante o período.
"O nosso segmento é um dos mais importantes da região. O setor é o que mais emprega a nossa fábrica são quase 800 famílias que são atingidas", analisa Willian, que é terceiro da geração que comanda os negócios. Além disso, ele comenta sobre a aquisição de insumos na região que gera uma cadeia econômica no setor.
Os doces mais vendidos em época de Festa Junina são a paçoca, o amendoim e o pé-de-moleque. "No período das festas de São João, a exposição dentro nas lojas é muito grande, e o consumidor vendo o produto ali e compra para família para casa ou para uma festinha junina de amigos do trabalho" analisa o executivo.
Empresa familiar, a DaColônia surgiu em 1962 e começou a fazer rapadura de maneira artesanal pelos avós do diretor administrativo. Deste então os descentes de açorianos iniciaram a produção de doces portugueses no município. Além disso, no final dos anos 1980, começou a fabricação em escala industrial dos doces com a aquisição de maquinários. Atualmente o negócio está situado, no distrito de Miraguaia, em Santo Antônio da Patrulha.
Nas décadas anteriores, a empresa começou a confeccionar uma variedade de produtos, com linhas de apelo mais saudável, sem açúcar e orgânicos. Novos ingredientes como o coco, amendoim e açúcar mascavo foram sendo incorporados e lançando novas linhas de produções como a cocada e o pé-de-moleque. Mas sem abrir mão da primeira receita da rapadura de melado. "É um produto que devido a história nós mantemos um carinho especial", aborda.
De acordo com o diretor administrativo de DaColônia os moradores mais antigos do município ainda contêm hábito de comer uma rapadura depois do churrasco de sobremesa. "Nossa empresa teve origem quando na época Santo Antônio da Patrulha ainda era uma grande produtora de açúcar. Então, as rapaduras à base de melado são uma grande tradição da região", comenta.