Brasil fica fora da quarta leva de estrangeiros a deixar Gaza

Por Folhapress

Liberação da passagem de Rafah depende de autorização das forças israelenses
O Brasil não foi incluído na quarta leva de estrangeiros e pessoas com dupla nacionalidade autorizados a sair da Faixa de Gaza, aumentando a angústia das 34 pessoas que se inscreveram para serem repatriadas pelo Itamaraty. A informação é do Escritório de Representação do Brasil em Ramallah, a capital da Cisjordânia. O embaixador Alessandro Candeas tem dito estar frustrado e rezando pelo desfecho do drama, que já dura quase um mês.

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Nesta madrugada de sábado (4), a lista informada pelo governo do Egito, que receberá os refugiados pelo posto de fronteira de Rafah, incluía novamente os Estados Unidos, com 386 pessoas, e Reino Unido, com 112, em destaque. Também foram autorizados a sair 51 franceses e 50 alemães.
Segundo o Itamaraty, o chanceler Mauro Vieira ouviu do seu par israelense Eli Cohen, na sexta (3), que o grupo poderá deixar a região até a quarta-feira (8).
Gaza passou a ser bombardeada diariamente por Israel como retaliação ao ataque do Hamas. De lá para cá, Candeas e outros diplomatas coordenam uma operação para registrar brasileiros e palestinos em processo de imigração e levá-los o mais longe do perigo.
A tarefa é inglória. Primeiro, a escola da capital homônima da faixa usada como abrigo registrou ataques próximos. Depois, Israel determinou que a cidade e toda a região a seu norte fossem desocupadas por civis, gerando um êxodo confuso e em massa.
Por fim, 18 pessoas do grupo de 34 conseguiram se estabelecer em duas casas alugadas pelo Itamaraty em Rafah, enquanto outras 16 esperam em quatro apartamentos de Khan Yunis, cidade a 10 km dali. Os bombardeios na região são diários.
A coordenação da saída é complexa, pois os nomes precisam ser autorizados pelo Egito, que é quem controla o portão em Rafah, por Israel, que não quer ver integrantes do Hamas infiltrados nos grupos, e pelos mediadores EUA e Qatar, esse em contato com o grupo palestino. Israel também tem de suspender os ataques à área de passagem de refugiados, e o país não parou de alvejar Rafah.