China diz que apoiará 'interesses fundamentais' da Rússia

Pacto entre os países foi feito na visita do primeiro-ministro russo ao líder chinês, nesta quarta-feira, em Pequim

Por Folhapress

Presidente Xi Jinping recebeu o premiê russo Mikhail Michustin
A China afirmou que deseja apoiar os "interesses fundamentais" da Rússia nesta quarta-feira (24) -em uma sinalização de que a parceria entre os dois países, ligados por um pacto de "amizade sem limites" assinado dias antes da eclosão da Guerra da Ucrânia, continua firme.
A declaração foi feita pelo próprio líder do regime, Xi Jinping, ao primeiro-ministro Mikhail Michustin - mais alta autoridade russa a visitar Pequim desde o início do conflito. Durante o encontro, segundo a agência de notícias Xinhua, Xi disse querer que os dois países "se apoiem firmemente em questões que afetam seus respectivos interesses fundamentais" e pediu que eles coordenassem ações em fóruns multilaterais como o G-20, a ONU ou o Brics.
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De fato, e sobretudo desde a invasão da Ucrânia, as relações entre os países se tornaram mais próximas. Segundo analistas, a China é quem mais tem se beneficiado desse relacionamento, aproveitando as incontáveis sanções impostas pelo Ocidente à Rússia para comprar seu petróleo a preços mais baixos.
Pequim é o maior parceiro comercial de Moscou, e as transações entre as duas nações chegaram a US$ 190 milhões no ano passado (R$ 991,2 milhões na cotação da época), de acordo com as autoridades chinesas. Segundo Li Qiang, só nos primeiros quatro meses deste ano, o valor delas foi de US$ 70 bilhões (R$ 350 bilhões na cotação da época).
A expectativa para este ano é que a Rússia aumente em 40% o envio de combustível para o gigante asiático. A agência de notícias russa Interfax ainda afirmou que as duas nações discutem o envio de equipamentos tecnológicos de Pequim para Moscou.
Do lado da Rússia, as remessas foram em parte responsáveis por permitir sua sobrevivência financeira a despeito das seguidas tentativas dos aliados da Ucrânia de sufocar sua economia com sanções. Antes do conflito na Ucrânia, o país liderado por Putin era o maior fornecedor de gás para a União Europeia, e em 2021 foi responsável por mais de 39% do total de combustível importado pelo bloco segundo o seu gabinete de estatísticas, o Eurostat.