Novo pacote lançado pelo governo da Argentina prevê estabilizar o peso frente ao dólar

Banco Central argentino vai aumentar a sua intervenção no mercado de câmbio para estabilizar o peso

Por Folhapress

This handout picture released by the Argentine Economy Ministry shows Economy Minister Sergio Massa announcing new economic measures for the agricultural sector in Navarro, Argentina on May 11, 2023, on the eve of the publication of April's inflation by the National Institute of Statistics and Census. Argentina has one of the highest inflation rates in the world, while the Argentine peso also suffers constant depreciation against the US dollar. (Photo by MAXIMILIANO VERNAZZA / Argentina's Economy Ministry / AFP) / RESTRICTED TO EDITORIAL USE - MANDATORY CREDIT "AFP PHOTO / ARGENTINA'S ECONOMY MINISTRY / MAXIMILIANO VERNAZZA" - NO MARKETING NO ADVERTISING CAMPAIGNS - DISTRIBUTED AS A SERVICE TO CLIENTS Caption
Pensando em amenizar a grave crise econômica que a Argentina está mergulhada desde 2018, o governo federal anunciou um pacote de medidas para tentar conter a inflação e estabilizar o peso frente ao dólar. Em comunicado, o ministro da Economia, Sergio Massa, informou que aumentará a taxa básica de juros e o Banco Central da Argentina deve aumentar a sua intervenção no mercado de câmbio para valorizar o peso.
A taxa básica de juros subirá de 91% para 97% ao ano. Se confirmado, será o segundo aumento do índice em menos de um mês. Em 27 de abril, a taxa subiu de 81% para 91%, maior patamar em 20 anos. Ao mesmo tempo, o Banco Central argentino deve aumentar a sua intervenção no mercado de câmbio para estabilizar o peso.
De acordo com as publicações do país, a medida visa atender solicitação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e acelerar acordos com o órgão, com a China e com o Brasil.
O pacote foi definido após reuniões entre Sergio Massa e o presidente do Banco Central, Miguel Pesce. Atualmente, a inflação argentina está em 109% no acumulado entre maio do ano passado e abril deste ano, maior taxa em 32 anos. Somente no mês passado, a inflação foi de 8,4%, o dobro do registrado em todo o último ano no Brasil (4,2%).
No comunicado, o ministro da Economia informou que outras medidas serão anunciadas ao longo desta semana. Segundo os jornais Clarín e La Nacíon, o governo deve negociar com o banco dos Brics para facilitar a troca de moedas com o Brasil.
Massa ainda viajará a Pequim em 29 de maio para tentar trazer mais recursos ao país. Internamente, o governo argentino deve diminuir as taxas de juros do programa "Agora 12", com o objetivo de estimular o consumo de produtos nacionais. Haverá também aumento de "cashback" no cartão de débito em pagamentos feitos pela população mais vulnerável.
Na semana passada, Massa já havia anunciado aumentos nas aposentadorias, pensões e benefícios sociais após 90 dias, assim como no piso para o pagamento do imposto de renda. Se há um ano, tinha que declarar imposto os que ganhavam acima de 225 mil pesos argentinos, agora só terá que declarar os que ganham acima de 506 mil (o equivalente a cerca de US$ 1.100 ou R$ 5.600,00). O aumento é de 125%, portanto, acima da inflação acumulada.

A Previdência e as bolsas dadas pelo governo às famílias de baixa renda também tiveram um incremento de 130%, acima da inflação no último ano - uma alta real de 7%, segundo Massa. Com isso, um aposentado argentino ganhará a partir de 121.407 pesos em junho (US$ 260 ou
R$ 1.300,00).