Peru decreta estado de emergência nas fronteiras em reação a crise migratória

País concentra a segunda maior quantidade de refugiados venezuelanos do mundo

Por Folhapress

Imigrantes se concentram diariamente na fronteira do país com o Chile
O Peru decretou estado de emergência nas fronteiras de seu território. A medida permite que as Forças Armadas se juntem à polícia nos principais postos de alfândega do país, em uma busca por fortalecer a repressão à imigração ilegal - ou, nas palavras da presidente, Dina Boluarte, manter "o controle da ordem interna".
LEIA MAIS: Índices de democracia caem a nível mais baixo desde 1986
O Peru concentra a segunda maior quantidade de refugiados venezuelanos do mundo, atrás apenas da Colômbia, segundo dados da ONU. Do total de 7 milhões de pessoas que fugiram da ditadura, cerca de 1,5 milhões estão no país. A nação andina é, porém, um destino bem menos popular entre os haitianos - ao contrário do Chile, que recebe um grande fluxo de refugiados da ilha caribenha desde 2016.
Além de atuar na fronteira com o Chile, o Exército peruano também se juntará à polícia nas divisas do país com o Brasil, o Equador e a Colômbia. A presidente afirmou que seu objetivo com isso é enfrentar o crime transnacional, uma vez que os responsáveis por cometer diariamente assaltos, roubos e outros atos criminosos seriam estrangeiros -ela creditou o dados à imprensa local.
Esta não é a primeira vez que Dina, alçada ao poder após uma fracassada tentativa de golpe do ex-presidente Pedro Castillo, de quem ela era vice, declara estado de emergência no país. Assim que assumiu, em dezembro, ela convocou o Exército a atuar em diversas regiões do território, em uma tentativa de controlar a verdadeira ebulição popular que se seguiu ao afastamento e à prisão do líder populista.