Netanyahu planeja avançar com reforma do judiciário, apesar de protestos

O primeiro-ministro de Israel está sendo julgado por corrupção, fez das mudanças legais uma peça central da agenda de seu novo governo

Por JC

Israel's Prime Minsiter-designate Benjamin Netanyahu presents the new government to parliament at the Knesset in Jerusalem on December 29, 2022 in what analysts described as the most right-wing coalition in Israel's history. - The right-wing government, formed after the fifth election in four years, has sparked fears of a further military escalation in the Israeli-occupied West Bank, amid the worst violence there for nearly 20 years. (Photo by AMIR COHEN / POOL / AFP) Caption
O governo de Israel planeja avançar com uma reforma do sistema judiciário do país, apesar das críticas de altos funcionários e dos protestos de dezenas de milhares de cidadãos contra a mudança. A declaração foi feita neste domingo (15) peloprimeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, que está sendo julgado por corrupção, fez das mudanças legais uma peça central da agenda de seu novo governo.
A reforma visa ao enfraquecimento do poder da Suprema Corte, concedendo aos legisladores a capacidade de aprovar leis que o tribunal derrubou por maioria simples, além de dar ao governo maior poder sobre a nomeação de juízes e limitar a independência dos assessores jurídicos do governo.
Os oponentes dizem que tais mudanças podem ajudar Netanyahu a evitar a condenação em seu julgamento por corrupção ou fazer com que o processo judicial seja eliminado. As mudanças propostas provocaram protestos do principal ministro da Suprema Corte, que chamou a reforma de "ataque desenfreado ao sistema de justiça".
A procuradora-geral do país também se manifestou contra o plano, assim como muitos de seus antecessores. Dezenas de milhares de pessoas também se manifestaram em Tel Aviv, no sábado, contra as mudanças propostas.
Apesar da oposição, Netanyahu disse em uma reunião de seu gabinete que os eleitores votaram nas eleições de novembro em apoio à sua promessa de campanha de reformar o sistema judiciário.
"Vamos concluir a legislação das reformas de uma forma que corrija o que precisa ser corrigido, proteja totalmente os direitos individuais e restaure a fé do público no sistema de justiça que tanto exige essa reforma", disse Netanyahu.