Mais de mil pessoas são presas na Rússia em protestos contra convocação de reservistas por Putin

A oposição convocou protestos após Putin anunciar a mobilização de milhares de reservistas para lutar na Ucrânia

Por Folhapress

Police officers detain demonstrators in Saint Petersburg on September 21, 2022, following calls to protest against partial mobilisation announced by President Vladimir Putin. - President Vladimir Putin called up Russian military reservists on September 21, saying his promise to use all military means in Ukraine was "no bluff," and hinting that Moscow was prepared to use nuclear weapons. His mobilisation call comes as Moscow-held regions of Ukraine prepare to hold annexation referendums this week, dramatically upping the stakes in the seven-month conflict by allowing Moscow to accuse Ukraine of attacking Russian territory. (Photo by OLGA MALTSEVA / AFP)
Ao menos 1.176 pessoas foram presas nesta quarta-feira (21) na Rússia em protestos contra a convocação de 300 mil reservistas feita pelo presidente Vladimir Putin. Detenções foram confirmadas em pelo menos 38 cidades, incluindo a capital Moscou. Os dados são da ONG OVD-Info.
O gabinete de promotoria pública moscovita publicou uma nota alertando que manifestantes podem ser punidos com até 15 anos de prisão. Jornalistas da agência de notícias AFP em Moscou e São Petersburgo testemunharam várias prisões no centro dessas cidades.
A oposição convocou protestos após Putin anunciar a mobilização de milhares de reservistas para lutar na Ucrânia, em um pronunciamento transmitido em rede nacional. Na fala, ele também disse ter acesso a "vários meios de destruição", sugerindo a possibilidade de adoção de armas nucleares.

Russos tentam deixar o país

O anúncio de Putin levou a uma correria junto aos sites das companhias aéreas, de pessoas tentando deixar a Rússia o mais rápido possível. Os bilhetes para voos diretos para os destinos mais próximos da Rússia estão todos esgotados para esta quarta.
A mobilização inicialmente diz respeito a 300 mil reservistas, mas de acordo com o Ministério da Defesa, um total de 25 milhões de russos podem ser mobilizados para se juntar ao exército que luta na Ucrânia.
Os bilhetes para voos diretos para os destinos mais próximos da Rússia - Armênia, Geórgia, Azerbaijão e Cazaquistão - estavam todos esgotados para esta quarta, de acordo com o Aviasales, site popular de venda de passagens na Rússia.