Novo cessar-fogo entra em vigor

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Negociadores israelenses e palestinos aceitaram ontem uma proposta do Egito para uma nova trégua de 72 horas, abrindo caminho para uma possível retomada das tratativas para uma trégua de longo prazo na Faixa de Gaza. Um comunicado do governo egípcio informa que o cessar-fogo começaria pouco depois da meia-noite (18h01min de ontem, pelo horário de Brasília), criando uma atmosfera para a retomada de ajuda humanitária, assim como das negociações indiretas, tendo o Egito como intermediário.

O Estado judeu havia deixado as negociações de um cessar-fogo na sexta-feira, depois de militantes do grupo islâmico palestino Hamas terem retomado o lançamento de foguetes contra o Sul de Israel após o fim da trégua de três dias. A decisão deste domingo teve como objetivo trazer os israelenses de volta à mesa de negociação. 

“Estamos aqui para buscar um acordo. Não podemos ter um acordo sem conversações, então aceitamos a proposta egípcia de um cessar-fogo de 72 horas para retomar as conversações”, disse um negociador palestino. 

A trégua foi alcançada após muita discussão e poucos resultados efetivos. O Hamas se recusava a estender a trégua temporária, afirmando que queria garantias de que Israel abrirá as fronteiras do território palestino. Israel e Egito vêm impondo o bloqueio, com graus variados, desde que o grupo islâmico tomou Gaza, em 2007.

Desde o final da trégua, na sexta-feira, grupos militantes menores e não vinculados ao Hamas dispararam dezenas de foguetes e morteiros contra Israel, que respondeu com ataques aéreos. Segundo autoridades de Gaza, pelo menos dois palestinos morreram ontem. O prédio onde ficava uma grande fábrica de sabão foi um dos alvos deste domingo. A construção pegou fogo após um ataque aéreo das forças israelenses.

O impasse diplomático indica que um acordo mais amplo, como o pretendido pela comunidade internacional, ainda não tem data para acontecer. Israel diz que não vai abrir as fronteiras de Gaza, a menos que os grupos militantes se desarmem. Já o Hamas avisa que entregar seu arsenal – que, segundo estimativas, contém milhares de foguetes –, é algo inconcebível.  

Em cerca de um mês de combates, mais de 1.900 palestinos foram mortos, dentre eles centenas de civis. Quase 10 mil ficaram feridos e milhares de casas foram destruídas. Do lado israelense, 67 pessoas foram mortas, dentre elas três civis.