Estudantes de Passo Fundo desenvolvem projeto que melhora qualidade do ar em centros urbanos

Sob orientação de professores, quatro alunas do Fleming Ensino Médio criaram experimento de iniciação científica que pode diminuir a poluição nas cidades

Por JC

fleming alunas
Trabalho desenvolvido pelas estudantes Emanuela Camillo Sordi, Manuela Peres Sontag, Maria Vitória dos Santos Gonçalves e Valentine Ferreira Nascimento de Moraes, o projeto “O oceano e a humanidade futura, uma relação de interdependência” se destacou dentre as outras pesquisas de iniciação científica do colégio Fleming Ensino Médio de Passo Fundo.

As estudantes tiveram a ideia do projeto a partir de um vídeo publicado nas redes sociais, que tratava de um estudo acerca da fotossíntese feita por algas marinhas dentro de um tanque. Os resultados divulgados no vídeo são do Instituto de Pesquisa Multidisciplinar da Universidade de Belgrado, na Sérvia. Foi demonstrado que as espécies analisadas possuem a capacidade fotossintética de duas árvores de 10 anos ou a 200 m² de gramado. Assim, as alunas do Fleming Ensino Médio testaram a hipótese de cultivo em diferentes condições climáticas, e em laboratório.

Álvaro Silveira, professor de Biologia do Fleming e orientador do projeto, comentou suas expectativas na pesquisa. “Na apresentação do projeto percebi que teríamos um estudo importante. As meninas foram incríveis ao buscar viabilizar a pesquisa, mostrando proatividade e motivação para buscar informações sobre como cultivar e manter as microalgas. Acompanhar ao longo do semestre foi gratificante e recompensador”.

Para a metodologia do estudo, foram analisadas espécies doadas pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM): cinco espécies de alga, quatro de microalgas (Chlorella Vulgaris, Spirulina, Scenedesmus e Euglena) e uma de cianobactéria (Stigonema). O projeto colocou as amostras em competição de produção, elencando a microalga Spirulina como a mais adequada no habitat proposto - resultado diferente do projeto sérvio, que trabalhou com a reprodução da Chlorella Vulgaris.

“Os experimentos foram realizados em pequena escala por tentativa e erro, com ambiente entre 18ºC e 22ºC e água a 20ºC, condições climáticas as quais nenhuma morreu. Fizemos o possível com o que tínhamos à disposição. Como sociedade, precisamos fazer o que está ao alcance e modificar para melhor a partir do que já se tem”, comentou Manuela Sontag.

“Os oceanos são o pulmão do mundo. Precisamos atentar para sua preservação e para o impacto ambiental provocado pela poluição no universo marinho, que pode ser solução para melhora da qualidade de vida humana”, acrescenta Manuela. O projeto pontou a capacidade das algas de aprimorar também a qualidade do ar nas cidades, ao transformar CO2 em O2 pela fotossíntese.
O projeto, agora finalizado, procura parcerias para desenvolver mecanismos de utilizar os resultados para diminuir a concentração de CO2 no ar urbano. “Os resultados alcançados são promissores. Por meio do auxílio de parcerias privadas, laboratórios e do poder público, a execução se torna viável”, salienta Silveira. Além da busca por parceiros externos, as estudantes também planejam inscrever o projeto em salões de iniciação científica de universidades.