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Simulação da escolta de órgãos é realizada em Porto Alegre
Batedores da EPTC realizaram o trajeto do aeroporto Salgado Filho até o hospital Dom Vicente Scherer em 12 minutos
Como parte da Semana Nacional do Trânsito, Porto Alegre realizou nesta quinta-feira (21) uma simulação de escolta de órgãos para o hospital Dom Vicente Scherer, no Complexo da Santa Casa de Misericórdia. A iniciativa mobilizou oito batedores e uma viatura da Coordenação Operações Especiais (COE) da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC).
A solicitação de escolta do rim foi realizada pela Central de Transplantes do Rio Grande do Sul. O órgão foi transportado do Aeroporto Internacional Salgado Filho, na avenida Severo Dullius, até o Dom Vicente Scherer, na avenida Independência em aproximadamente 12 minutos. Prevista pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a Semana Nacional de Trânsito acontece, anualmente, entre os dias 18 e 25 de setembro. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran), responsável pela atividade, definiu como tema "No trânsito, escolha a vida!".
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O médico cirurgião Fabian Silva Pires, que estava acompanhado do colega Lucas Nascimento dos Santos, ambos profissionais do Dom Vicente Scherer, disse que a escolta é muito importante porque os órgãos tem um tempo principalmente o pulmão e o coração. "Todos os momentos são importantes desde o deslocamento no trânsito até a chegada no hospital. Não podemos perder tempo", ressalta. Segundo o diretor-presidente da EPTC, Pedro Bisch Neto, a empresa entrou no processo para garantir dois momentos importantes no transporte do órgão: fluidez e segurança. "A operação resultou em diversos pontos interrompidos e a cidade abriu espaços para a passagem do comboio", destaca.
Somente neste ano, a empresa realizou 20 escoltas relacionadas ao transporte de órgãos. De acordo com Leandro Barbosa, do COE, uma equipe tomou a frente do comboio para garantir a segurança na circulação do veículo Fiat Toro da Secretaria Estadual da Saúde que trazia o órgão desde o aeroporto Salgado Filho até o hospital Dom Vicente Scherer.
O médico Ricardo Klein, da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, disse que o processo todo é uma corrida contra o tempo. "O coração e o pulmão tem cerca de quatro horas desde a retirada do órgão do corpo do doador até o implante do coração batendo ou do pulmão sendo inflado no corpo do receptor", explica. Segundo Klein, quatro horas é um tempo que não pode ser perdido desde a saída do hospital onde estava o doador até a chegada na instituição de saúde onde está internado o receptor. No Rio Grande do Sul, os transplantes de órgãos são realizados nos hospitais do complexo da Santa Casa de Misericórdia, no Hospital de Clínicas e no Instituto de Cardiologia - no caso de coração.
No Rio Grande do Sul, entre janeiro e agosto de 2023, foram registrados 424 transplantes de órgãos e, até julho deste ano, 795 transplantes de tecidos - córneas, ossos e pele. Os transplantes de rim (306) e de fígado (85) foram os dois tipos com maior número de procedimentos realizados. De janeiro a julho de 2023, a Central Estadual de Transplantes registrou que 441 órgãos foram captados, de 164 doadores efetivos (cada doador pode doar mais de um órgão) para transplantes. O número poderia ser maior, se possíveis doações não fossem negadas pelas famílias de potenciais doadores que apresentam morte encefálica, condição essencial para doação.
Em Porto Alegre, de janeiro a agosto deste ano, o Hospital de Pronto Socorro (HPS) notificou à Central de Transplantes do Rio Grande do Sul sobre 14 doadores de órgãos, com média de três órgãos efetivamente implantados por doador. No mesmo período de 2022, foram 10 doadores. A informação é da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante da instituição. Desde 2002, o setor é responsável por coordenar as ações referentes à doação de órgãos no Pronto Socorro, com a identificação do potencial doador, passando pela entrevista familiar, suporte e acompanhamento. Formada por três médicos, sete enfermeiros, uma assistente social e um psicólogo, a comissão funciona em regime de sobreaviso nas 24 horas do dia - sete dias por semana.