Fiocruz alerta para possível aumento da linhagem XBB do coronavírus

A frequência de possíveis linhagens XBB apresentou crescimento constante em dezembro

Por Folhapress

A paramedic with Israel's Magen David Adom medical service processes a rapid COVID-19 antigenic test in Jerusalem on August 8, 2021. - Israel set up rapid coronavirus testing stations across the country on Sunday, the Magen David Adom emergency service said, as the government tries to stave off another pandemic lockdown. (Photo by MENAHEM KAHANA / AFP)
A Rede Genômica Fiocruz detectou a redução na frequência da linhagem ômicron BA.5 e suas subvariantes nas amostras do novo coronavírus colhidas em dezembro e acredita que a redução está relacionada a uma maior presença das linhagens XBB, que têm causado grande preocupação no mundo.
Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (13), a fundação explica que, desde meados de 2022, a linhagem ômicron BA.5 e suas subvariantes, incluindo a BQ.1.1, era observada em praticamente 100% dos testes realizados.
"Nesta semana, entretanto, a Rede Genômica Fiocruz detectou um aumento considerável de variantes com ausência da mutação Spike_69/70del em testes de PCR realizados em dezembro. Considerando o cenário global da diversidade de variantes do Sars-CoV-2, os pesquisadores concluíram que o aumento de variantes sem essa mutação pode corresponder à linhagem XBB", diz a entidade.
A frequência de possíveis linhagens XBB apresentou crescimento constante em dezembro, passando de menos de 5% no início do mês para 15% na última semana, de acordo com a Fiocruz.
Os estados em que foi detectada a possível circulação da variante XBB foram Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso e Santa Catarina.
A informação preocupa porque uma das subvariantes da XBB, a XBB.1.5, foi considerada a mais transmissível até agora pela OMS (Organização Mundial da Saúde) e é a responsável pelo aumento recente de casos nos Estados Unidos.
No Brasil, dados de sequenciamento genômico detectaram duas amostras com a subvariante XBB.1.5 em São Paulo, e a Fiocruz defende a importância de ferramentas da análise por PCR, como a realizada agora, para a detecção precoce da mudança do perfil de circulação do vírus.
Nesse sentido, o trabalho ocorreria em duas etapas. Em primeiro lugar, com uma análise mais rápida, por PCR, para verificar a mudança na frequência da variante Ômicron e, em seguida, um estudo mais detalhado, por meio do sequenciamento genético, para confirmar a circulação da variante XBB.
"Portanto, fica clara a necessidade da manutenção das redes de vigilância genômica do Sars-CoV-2 no país, assegurando recursos financeiros e o fluxo de amostras para laboratórios capacitados a produzirem os genomas e analisarem os dados com celeridade", defende na nota o pesquisador da Fiocruz Tiago Gräf.