Painel na Federasul debate papel da imprensa na democracia

Executivos de sete veículos de comunicação do RS participaram do debate no Tá na Mesa

Por Cláudio Isaías

Diretor de Operações, Giovanni Tumelero representou o JC no evento
O papel da imprensa na democracia foi o tema do último Tá na Mesa da Federasul de 2022 realizado nesta quarta-feira (14) no Palácio do Comércio. O evento marcou a despedida do presidente da Federasul, Anderson Trautmann Cardoso, do comando de entidade, onde exerceu o mandato por dois anos. No lugar de Cardoso, assume o engenheiro agrônomo e advogado, Rodrigo Sousa Costa. A posse está marcada para o dia 7 de março de 2023.
Antes do painel com executivos de sete veículos de comunicação de Porto Alegre, o presidente da Federasul afirmou que o papel da imprensa na democracia não é uma pergunta com resposta simples. "A contrariedade não se dá por uma eventual dificuldade de entendimento em torno do trabalho dos jornalistas, e sim em razão dos múltiplos papéis desempenhados pelo jornalismo nas sociedades democráticas", ressaltou.
Segundo Cardoso, pela tradição norte-americana, fonte da qual historicamente os meios de comunicação brasileiros se inspiram, vem uma definição importante para o papel da imprensa: "A imprensa é o chamado 'watchdog' da democracia, ou seja, na tradução literal e pouco charmosa, 'o cão de guarda' dos regimes democráticos", comparou.
Cardoso afirmou que é papel da imprensa ser um ente da sociedade responsável por fiscalizar o poder, por desvelar aquilo que está escondido e por tornar públicos os atos dos governantes. De acordo com o presidente da Federasul, o que aproxima a imprensa e os setores produtivos são bandeiras como a defesa das liberdades, especialmente a de expressão e a de empreender, e a busca pela transparência nos atos de quem governa o País, o Estado ou os municípios. "Empresários e imprensa têm o compromisso com o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do Brasil", acrescentou.
O diretor de Operações do Jornal do Comércio, Giovanni Jarros Tumelero, respondeu à pergunta: Qual é o papel da imprensa na democracia?, abordando o avanço da internet. Observou que a internet e as redes sociais deram oportunidade para as pessoas poderem falar, opinar e discordar sobre diversos temas. "É um momento de preservar e lutar pela liberdade de expressão na internet", avaliou.
Por outro lado, Tumelero ressaltou a importância de termos informações checadas e com fontes confiáveis, como os veículos de comunicação profissionais. Nesse sentido, o executivo deu o exemplo do Jornal do Comércio, exemplificando o cuidado e a responsabilidade ao tratar temas polêmicos, bem como dar espaço a diferentes pontos de vista e objetividade ao tratar dos temas. "Acreditamos que o leitor é capaz de olhar os fatos e tirar suas conclusões. Temos uma credibilidade de 90 anos de história", acrescentou.
Marta Gleich, diretora-executiva de Jornalismo e Esporte do Grupo RBS, afirmou que a imprensa livre e a democracia andam de mãos dadas, ou seja, uma vai apoiando a outra. "A democracia não é perfeita, assim como a imprensa não é perfeita, mas até hoje não foi inventado sistema político melhor que a democracia", ressaltou.
Para o presidente da Rede Pampa, Alexandre Gadret, é essencial para o fortalecimento da democracia que exista uma imprensa livre e que haja também uma independência editorial das empresas de comunicação.
O presidente da Record TV/RS, Gustavo Paulus, disse que hoje a sociedade busca cada vez mais reconhecer a credibilidade dos veículos de comunicação em detrimento de publicações duvidosas.
De acordo com Israel Fristch, gerente de jornalismo do SBT/RS, a imprensa sempre defendeu a democracia, mas nunca os profissionais estiveram em um estado de insegurança, principalmente o jornalista que está nas ruas.
O jornalista Oziris Marins, gerente de jornalismo das rádios Bandeirantes, ressaltou que a liberdade de imprensa é um pressuposto básico de uma democracia. "O leitor e o ouvinte querem uma informação de qualidade", comentou. Já o diretor de Redação do Correio do Povo, Telmo Flor, falou da imprensa na democracia brasileira e liberdade de expressão, destacando que, além de liberdade, é preciso responsabilidade.

Veículos prestam homenagem ao jornalista Voltaire Porto

Durante o Tá na Mesa da Federasul, a mestre de cerimônia Magda Beatriz, o presidente da Federasul, Anderson Trautman Carodos e os painelistas prestaram uma homenagem ao jornalista Voltaire Porto que faleceu na terça-feira (13) em Porto Alegre. Destacaram a trajetória do profissional que atuou na TV Record e na rádio Guaíba.
O diretor de Redação do Correio do Povo, Telmo Flor, fez um agradecimento a todos os profissionais e veículos que prestaram homenagens a Voltaire e solidariedade à família do jornalista. 
A cerimônia de despedida será nesta quarta-feira (14), às 19h, no cemitério ecumênico João XXIII, em Porto Alegre. Porto era casado desde 2008 e deixa a esposa e três filhos pequenos, dois meninos e uma menina.
Era apresentador do programa Bom Dia, da Rádio Guaíba, entre segunda e sexta-feira, das 5h30min às 7h. A partir de 2007, trabalhou na Record TV RS, onde atuou por 15 anos até o início deste ano, como repórter policial e apresentador. Desde a estreia do Cidade Alerta, em 2016, ficou à frente do programa e, eventualmente, também assumia o comando do Balanço Geral. Porto era formado em jornalismo pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em 2003.

Em nota, a Rádio Guaíba, o Correio do Povo e a Record TV/RS lamentaram a morte de Voltaire Porto. “Profissional versátil, dono de uma espontaneidade ímpar e detentor do dom da comunicação, o jornalista tinha uma audiência cativa. Os amigos e colegas se solidarizam com a família neste momento de profunda dor”.