Hospitais de Clínicas e Conceição têm recursos bloqueados pelo Ministério da Economia

Medida do Ministério da Economia pode fazer com que seja necessário suspender as cirurgias eletivas do GHC na Capital

Por Fabrine Bartz

Neste ano, o orçamento do GHC fechou em R$ 1,6 bilhão
Alvos de cortes e bloqueios orçamentários, principalmente neste ano, as áreas da saúde e educação enfrentam o contingenciamento adicional de R$ 5,7 bilhões por parte do governo federal. Com a medida do Ministério da Economia, anunciada no dia 22, o Grupo Hospitalar Conceição (GHC) teve R$ 19,7 milhões bloqueados e não poderá realizar novos pagamentos em 2022. Já no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), o bloqueio foi de R$ 15,7 milhões.
"Durante essa gestão, nós não tínhamos tido bloqueios. Já tiveram vários no Ministério da Saúde, mas nós somos uma das maiores redes do Sul, atuamos na linha de frente contra a Covid-19 e não havíamos tido cortes até aqui", explica o diretor-presidente do GHC, Cláudio Oliveira. A redução em todos os cronogramas de pagamentos de despesas discricionárias do Poder Executivo, anunciada em nota pelo Ministério da Economia, será utilizada para cumprir o teto federal de gastos no orçamento de 2022.
Neste momento, os pacientes do GHC e do HCPA não serão atingidos pela redução orçamentária, mas o cenário gera preocupações futuras. "Nós estamos trabalhando sem nenhuma interrupção. Temos material e medicamentos na casa e também já garantimos o pagamento de fornecedores terceirizados. Sem conseguir fazer nenhum pagamento, nós não conseguimos empenhar nada novo, mas para manter a estrutura está tudo certo", diz Oliveira.
Em nota, o HCPA informou que já havia acontecido um corte de R$ 13,6 milhões, em maio."Ainda assim, até este momento, não há prejuízo na assistência e não há risco imediato de faltarem medicamentos, pois há estoques disponíveis."
Formado pelos hospitais Nossa Senhora da Conceição, Fêmina, Cristo Redentor e Conceição Infantil, o GHC também é responsável pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Moacyr Scliar e 12 postos do Serviço de Saúde Comunitária. Neste ano, o orçamento do grupo fechou em R$ 1,6 bilhão. Já para o próximo ano, a proposta orçamentária é de R$ 2 bilhões, devido aos reajustes nos valores de insumos durante a pandemia.
Conforme Cláudio, tanto a secretaria de Saúde do município quanto a do Estado já foram notificadas do bloqueio de R$ 19,7 milhões. Se a medida se estender até 31 de dezembro será necessário suspender as cirurgias eletivas e diminuir o ritmo do hospital.
"Nós pedimos ao GHC que procurasse manter o atendimento nas unidades básicas, que são 12, principalmente na zona Norte e na UPA. O diretor-responsável disse que é possível manter essas unidades funcionando normalmente. Os cortes serão em cirurgias e procedimentos eletivos. Depois, no próximo ano, teremos uma nova administração e será diferente", comenta o secretário de Saúde, Mauro Sparta.
Na próxima terça-feira, Oliveira irá a Brasília para explicar a situação financeira do Conceição, a partir dos atuais cortes de verbas, ao Ministro da Saúde Marcelo Queiroga, e espera receber uma definição sobre os próximos dias.
Já no HCPA, o pagamento de 580 residentes (médicos e multiprofissionais) pode ser atingido pela restrição permanente no orçamento. Na segunda-feira, durante reunião do grupo de transição, o ministro da Educação, Victor Godoy, informou que o