Operação no Salgado Filho mobiliza 150 funcionários

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Cerca de 150 agentes da autoridade aeroportuária participaram ontem da segunda edição da operação Aeroporto Seguro, no aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. Até a metade da tarde, passageiros de quatro voos internacionais e três domésticos passaram por fiscalização, que resultou na apreensão preliminar de aproximadamente US$ 9 mil em perfumes, bolsas e bebidas alcoólicas. A operação durou 24 horas.
Não houve apreensão de drogas ou armas nesta edição. A primeira operação, em 2012, resultou no confisco de pequenas quantidades de drogas. Diariamente, 20 mil pessoas circulam pelo aeroporto. As fiscalizações diárias costumam reter US$ 5 mil em mercadorias ilegais ou não declaradas.
Segundo o chefe do núcleo de polícia aeroportuária, delegado da Polícia Federal José Antônio Dornelles, o foco não era realizar grandes apreensões. "A intenção era promover a integração de todos os órgãos envolvidos na segurança do aeroporto. O passageiro pode ficar um pouco assustado ao desembarcar, mas sabe que está em um ambiente seguro", garantiu. "Como a operação foi anunciada, quem estava com cargas pesadas de droga provavelmente cancelou o voo ou simplesmente não apareceu."
O chefe da Receita Federal no aeroporto, Erno Edson Cunha, acredita que, caso a operação ocorresse no final do segundo semestre, o valor aprendido seria mais alto. A operação de 2012 foi um treinamento para a fiscalização intensa realizada durante a Copa do Mundo de 2014. A deste ano serviu também como preparativo para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
O envolvimento de tantos agentes - da Infraero, Polícia Federal, Polícia Civil, Brigada Militar, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Agricultura e Receita Federal - possibilitou a fiscalização de 80% dos passageiros. Para fins de comparação, 20 funcionários da Receita Federal estiveram envolvidos na operação - normalmente, são apenas cinco por plantão. Além disso, cinco cães treinados participaram das buscas, bem como um robô da Polícia Federal do Rio Grande do Sul, também utilizado em 2012. A mobilização inspecionou áreas de embarque e desembarque, porão de bagagens, terminal de cargas, canal aduaneiro e o perímetro interno e externo do sítio aeroportuário.
A campanha Coração Azul, alusiva à Semana Nacional de Mobilização para o Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça, iniciada na terça-feira, prosseguiu ontem no aeroporto. A delegada Isabel Trevisan, do Departamento Estadual da Criança e do Adolescente (Deca), destacou que as entidades de fiscalização procuram identificar possíveis vítimas de tráfico humano com fins de exploração sexual, mão de obra escrava e comércio ilegal de órgãos. "A população deve estar ciente do perigo, para que possa denunciar pessoas possivelmente coagidas ou ameaçadas", afirmou.