Empresas de ônibus dizem que não há solução além do reajuste de tarifa
As empresas de ônibus que operam nas principais capitais do País vão chegar ao fim deste mês com um déficit de 14% das tarifas em relação aos custos de operação. É o que informou o presidente da NTU (Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano), Otávio Cunha, nesta quinta-feira (20).
Segundo ele, em muitas cidades, os contratos assinados entre governo e empresas de ônibus preveem o reajuste anual, mas isso não está sendo cumprido, criando a defasagem. Por esses contratos, as empresas poderão cobrar essa defasagem na Justiça posteriormente.
Marcos Bicalho, diretor institucional da NTU, afirma que a proposta que está em estudos pelos prefeitos de São Paulo de unificar as tarifas de ônibus da região metropolitana com as capital pode ser uma solução.
O presidente da NTU explicou que o déficit das tarifas está crescendo por causa do aumento dos custos das empresas com salários e outros itens e também por causa do reajuste do diesel. Segundo ele, desde junho de 2012 o diesel aumentou 38% contra um reajuste de 23% nos preços da gasolina, o que incentiva o transporte individual.
Segundo ele, os governos não têm mais margem para manter a tarifa no mesmo valor cortando impostos e taxas, como foi feito em 2013. A outra solução seria aprovar um projeto de lei que tramita no Congresso para que os recursos a Cide -um imposto que incide sobre combustíveis- financiasse as tarifas. Atualmente, a alíquota da Cide está zerada para que o preço da gasolina não fique ainda mais caro.