Restaurações na Redenção começam no próximo mês

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São 12 os monumentos que serão restaurados pela parceria entre a prefeitura de Porto Alegre e o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Rio Grande do Sul (Sinduscon-RS). O termo de acordo foi assinado no começo da tarde de ontem, na sede da entidade. O projeto, que prevê a revitalização de monumentos do Parque Farroupilha, a Redenção, também nutre a expectativa de que outras entidades privadas decidam contribuir com melhorias na cidade. A previsão é de que o resgate comece na metade de agosto e se encerre no final de novembro.
Para o vice-prefeito da Capital, Sebastião Melo, a questão da preservação transcende a mera aplicação de políticas públicas. “Temos que trabalhar a questão educacional, a longo e médio prazo, para que as crianças de amanhã não repliquem os atos dos jovens de hoje. Campanhas de conscientização e a certeza de que tais atos de violência contra o patrimônio não permanecerão impunes também seriam úteis para diminuir incidentes”, ressalta. “Já temos um projeto em andamento de cercamento eletrônico da Redenção, como o que foi realizado no Parque Marinha do Brasil em virtude da Copa do Mundo. Isso proporcionará uma condição de monitoramento muito mais eficiente”, destaca Melo, que também acredita que iniciativas de ocupação dos espaços públicos são eficazes para mantê-los preservados.
Além do cercamento eletrônico com câmeras, o vice-prefeito garante que a Redenção também receberá uma nova rede de iluminação. “Apesar das dificuldades econômicas enfrentadas pela prefeitura, definitivamente é algo que está planejado. O cercamento deve estar pronto até 2015. Temos que investir na segurança, também. Não adianta restaurarmos um monumento para que ele seja depredado novamente dois dias depois”, pondera.
Para o arquiteto e coordenador da Memória Cultural da prefeitura, Luiz Antônio Custódio, também idealizador do projeto de revitalização dos monumentos, a tarefa não é tão simples. O projeto, dividido em três etapas, engloba análise de como eram e como estão, agora, os monumentos; a identificação de quais são os problemas e qual a solução possível; e, por último, quais as alternativas de intervenção que podem ser elaboradas. “De alguns monumentos, não sobrou nada. É difícil trabalhar com a inexistência. Precisamos analisar cada caso com um viés individual”, reflete.
Os responsáveis pelo projeto caracterizam o acervo cultural da Capital como “fantástico”, porém, extremamente depredado. O coordenador do projeto pelo Sinduscon-RS, Zalmir Chwartzmann, crê que, como forma de comemorar os 65 anos da entidade, a iniciativa é uma oportunidade de contribuir com melhorias públicas. “Não encontramos nenhuma resistência, o apoio foi absoluto. Mas, além desse apoio, é preciso que a prefeitura invista em propostas de políticas públicas que visem a prestigiar os monumentos. Chegará o dia em que precisaremos optar pelo cercamento dos parques e a cidade terá que decidir o que fazer”, expõe.
Entre os selecionados para o projeto estão o monumento a Carlos Gomes; a Cabeça de Chopin; Homenagem a Beethoven; bustos de Annes Dias, Licínio Cardoso e Sammuel Hahnemann; Os Lusíadas; Homenagem aos Mortos em Combate ao Comunismo; Coluna Brasileira; obeliscos da Comunidade Sírio-libanesa e da Comunidade Israelita; e o Monumento ao Expedicionário.