Capital integra programa global contra doenças crônicas

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As doenças não comunicáveis, também conhecidas como crônicas, são a principal causa de mortes no mundo, responsáveis por vitimar 36 milhões de pessoas a cada ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS). Os principais tipos são as cardíacas e as respiratórias, e o diabetes e o câncer. Mais de nove milhões dos óbitos ocorrem antes dos 60 anos, sendo 90% em países em desenvolvimento.
Visando a amenizar tais índices, o Programa Parceria Lilly de Doenças Não Comunicáveis desenvolve ações em quatro países: México, África do Sul, Índia e Brasil. A Capital, única cidade brasileira integrante da campanha, realiza dois projetos voltados ao diabetes.
Um deles, de responsabilidade do Instituto da Criança com Diabetes (ICD), tem o objetivo de capacitar equipes multidisciplinares de profissionais de saúde para orientar crianças e famílias com portadores da doença. O diretor-presidente da instituição, Balduino Tschiedel, ressalta a importância da educação e do engajamento de pacientes e familiares na mudança de hábitos. “Nesse contexto, a parceria com a Lilly é fundamental porque permitirá que a iniciativa chegue a mais comunidades, ajudando a mudar o cenário dessa doença no País”, analisa. Atualmente, 2.500 pacientes recebem atendimento na instituição.
Já o segundo projeto, encabeçado pela Fundação Médica do Rio Grande do Sul, em conjunto com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, visa a uma intervenção no estilo de vida de mulheres com diabetes gestacional para prevenir o desenvolvimento do tipo 2 da enfermidade. Essas mães terão seus hábitos avaliados para compor uma pesquisa e demonstrar como reduzir o avanço da doença nesses grupos. O objetivo é que até 2016 a Eli Lilly investa mais de R$ 7 milhões nesses estudos.
A diretora de assuntos corporativos da Eli Lilly no Brasil, Regiane Salateo, ressalta o fato de, no País e em outras nações em desenvolvimento, a doença ser subdiagnosticada, principalmente entre a população de baixa renda. “A Lilly identificou, por meio de parcerias, projetos que pudessem fazer a diferença na realidade de cada país”, justifica. No Brasil, segundo o Ministério da Saúde, surgem, por dia, 500 novos casos.
O argentino Julio Gay-Ger, que assume a presidência do laboratório no Brasil em agosto, defende que para uma melhora do cenário é necessária “a educação dos pacientes e mudanças de hábitos das famílias”.