Em fórum, diretor do Detran defende mais campanhas educativas

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“A fiscalização e a conscientização com a realização de mais campanhas educativas são a maneira que o poder público e a sociedade civil têm para coibir o desrespeito às leis de trânsito como o excesso de velocidade e a mistura de álcool e direção pelos motoristas gaúchos”. Para o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/RS), Alessandro Barcellos, é a partir da integração que será possível chamar a atenção para os trágicos números do trânsito no Rio Grande do Sul. “Pedestres, motociclistas, ciclistas, condutores e o poder público têm que estar sintonizados na meta que é reduzir os acidentes de trânsito”, destaca.
Barcellos participou ontem do IV Fórum Estadual Instituto Zero Acidente, que discutiu no auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa, o comportamento em sociedade e a formação de condutores para o trânsito. O evento, que contou com profissionais da área de trânsito, faz parte das comemorações de dez anos do Instituto Zero Acidente, criado em 21 de agosto de 2001.
Para o ex-deputado Paulo Azeredo, autor da lei que instituiu o Dia Zero Sem Acidente no Estado, é preciso estimular e incentivar ações educativas para a promoção da segurança no trânsito. De acordo com Azeredo, as fatalidades são extremamente preocupantes, mas significam apenas a ponta do problema. “Para cada óbito, temos oito pessoas com sequelas físicas ou psíquicas permanentes. Uma intensificação da fiscalização nas rodovias e uma mudança de comportamento dos motoristas com respeito às leis é que vão reduzir as mortes”, comenta.
O coordenador-geral do Instituto Zero Acidente, Carlos Tatsch, disse que as 38 mil mortes em 2010 no Brasil em função de acidentes de trânsito são um cenário alarmante. “A educação é a saída para conscientizar os futuros condutores”, comenta. Tatsch defende que as escolas estaduais, municipais e particulares tenham no seu currículo a disciplina de trânsito. “Se orientarmos a criança com informações no Ensino Fundamental e Médio, temos a chance de formar uma geração de motoristas mais conscientes que respeitem a sua vida e a dos outros e, claro, as leis de trânsito”, comenta.
Durante o evento na Assembleia Legislativa, o coordenador-geral do instituto defendeu a proposta que os motoristas, em caso de acidentes, tenham um outro tipo de punição. Tatsch é a favor de que os condutores tenham como punição permanecer durante seis horas em uma emergência de hospital, presenciando a chegada de acidentados. “É importante mostrar aos motoristas infratores as consequências decorrentes do excesso de velocidade e do consumo de álcool e o que elas podem causar na vida de outras pessoas que não têm nada a ver com a falta de consciência do condutor”, acrescenta.