Comissão vistoria casas em morros de Porto Alegre

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Cinco áreas de risco suscetíveis a desastres ambientais em morros de Porto Alegre e onde vivem mais de 800 pessoas foram visitadas ontem pela Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal de Porto Alegre (Cosmam). Os vereadores estiveram nas vilas dos Bombeiros e Canudos, no Jardim Marabá e no Morro da Embratel, no bairro Glória, e no Morro da Cruz, no bairro Partenon. A vistoria foi acompanhada por técnicos da Defesa Civil Municipal, Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Smam) e Brigada Militar.
De acordo com o presidente da comissão, Thiago Duarte (PDT), no Jardim Marabá chamou a atenção dos vereadores o terreno íngreme. Ele defendeu que os moradores comecem a fazer parte dos projetos de habitação popular. "É urgente a inclusão dessas famílias em programas como Minha Casa, Minha Vida do governo federal e do Demhab, em âmbito municipal", destaca. Para o presidente da Cosmam, uma das principais soluções para as áreas de risco em Porto Alegre é priorizar a inscrição das famílias nos programas de moradia popular. "Esse é  um problema de décadas. Precisamos fazer um trabalho em conjunto entre os governos municipal, estadual e federal para melhorar a vida dessas pessoas", comentou.
Já o vereador Beto Moesch (PP) destaca que ações no local custam mais para os cofres públicos do que fazer um novo loteamento regularizado. "Precisamos priorizar habitações populares para quem mora em áreas de risco", comenta. Alertado pela Patrulha Ambiental da Brigada Militar, Moesch informou que irá propor regramento para controlar os veículos de transporte de entulhos. A intenção é evitar que sejam despejados clandestinamente materiais que não estejam em conformidade com a legislação federal, que já prevê licenças especiais para esse tipo de ação.
Na Vila Canudos, no Morro da Embratel, moradores relataram à comissão que aumentaram os casos de invasão na região. Os vereadores constataram ainda a criação de dois aterros clandestinos: um de lixo e outro de caliça.
A Cosmam completou sua visita no Morro da Cruz, onde existe, de acordo com a Defesa Civil, novas invasões que são as mais suscetíveis a riscos, em especial pela retirada de vegetação para novas construções irregulares.
A engenheira da Smam, Vânia Kriegger, informou que a prefeitura já construiu diversos muros de contenção nestes locais, mas explica que os investimentos saem mais caros do que a construção de novos loteamentos. Ela lamenta que, quando esses muros não são adequados para o terreno e têm negativa da prefeitura, as comunidades entram na Justiça para conseguir esse tipo de proteção. "Em toda a vistoria que fizemos orientamos os moradores a não cortar a vegetação e ter cuidados com os taludes e as drenagens", destaca. Ela informa que, no Morro da Embratel, por exemplo, já aconteceram diversas ocorrências de deslizamento, inclusive com desabamentos de casas, o que resultou em famílias desalojadas.