Recursos para duplicação da Protásio Alves podem ser cortados

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No dia 6 de março completaram-se nove meses da apresentação do projeto de duplicação da avenida Protásio Alves, em Porto Alegre, e da Estrada Caminho do Meio, que passa por Viamão e Alvorada. De lá até agora, houve pouco progresso nas tratativas para que o plano saia do papel e se torne uma realidade.
No distante dia 11 de junho de 2010, a empresa Hidrosul apresentou o projeto das vias. O projeto, que prevê a duplicação de uma extensão de 9,7 quilômetros, com ciclovia, foi contratado através de parceria de diversos segmentos de empresários de Viamão.
"O projeto está pronto. Não temos como prever datas. Estou aqui na superintendência da Metroplan há quatro semanas. Sabemos que o secretário Luis Carlos Busato (Secretaria de Obras Públicas, Irrigação e Desenvolvimento Urbano) está trabalhando no tema", afirma o diretor-superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan), Elir Domingo Girardi.
No projeto consta a duplicação da avenida Protásio Alves, passando pelo município de Alvorada, e chegando até a Parada 54 de Viamão. A estimativa é de que 100 mil pessoas seriam diretamente beneficiadas com as novas vias.
Por ser uma ação que envolve três municípios, a coordenação está a cargo da Metroplan. "Há uma diferença muito grande entre uma via simples e uma duplicada. O projeto ultrapassa a estrada Caminho do Meio e segue até a RS-040. Trará um conforto muito grande para as comunidades que utilizam a via. Além disso, representam mais segurança e melhor trafegabilidade."
A mobilização de empresários, políticos, entidades e as prefeituras de Alvorada, Porto Alegre e Viamão começou em agosto de 2009. Nesse mesmo ano, os deputados federais do Estado aprovaram a emenda ao orçamento da União de 2010 que destinava recursos federais para a obra. O dinheiro, porém, não veio e os trabalhos não iniciaram. No ano passado, a bancada gaúcha voltou a aprovar a emenda ao orçamento da União que destinaria os recursos, R$ 80 milhões, para a obra e a destinação das verbas passou a constar na lei.
A garantia do dinheiro, através de sua presença na lei do orçamento, entretanto, não existe. Com o anúncio do governo federal do corte de R$ 50 bilhões do que estava previsto no orçamento, o projeto corre o risco de ser um dos atingidos. "A informação que temos é de que esses recursos entraram no enxugamento do orçamento do governo federal. Em tese, eles estariam garantidos, mas agora estamos no aguardo", diz Girardi.
Conforme a assessoria da deputada federal Manuela d'Ávila (PCdoB), líder da bancada gaúcha na Câmara Federal, a bancada federal do Estado irá se reunir com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento, para reverter a situação e manter a garantia da liberação do dinheiro. Se houver recursos, a expectativa é de que, quando forem liberados pelo governo federal, os processos licitatórios para a contratação da empresa que realizará a ação tenham início. O secretário Busato está em Brasília, onde irá tratar da questão.