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Com ajuda da Marinha, o Bope ocupa o morro da Vila Cruzeiro
Cento e cinquenta policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e 30 fuzileiros navais com rostos pintados entraram na Vila Cruzeiro, no bairro da Penha, na zona Norte do Rio de Janeiro, no início da tarde desta quinta-feira. Seis carros blindados do tipo M113 do Corpo de Fuzileiros navais estão sendo usados para transporte de pessoal. O veículo foi usado na guerra do Iraque. Balanço apresentado no início da noite, apontou que desde domingo, já ocorreram 34 mortes e outras 72 ficaram feridas.
No início da tarde desta quinta-feira, imagens de TV mostraram dezenas de bandidos fugindo da Vila Cruzeiro em direção ao Complexo do Alemão. Eles seguem de um morro para o outro num local conhecido como "inferno verde", nas imediações da pedreira do Alemão. O relações públicas da Polícia Militar, coronel Lima Castro, disse que a polícia já estava enviando, ainda na tarde da quinta-feira, equipes para o Complexo do Alemão para tentar capturar os criminosos. "A operação não cessa aqui. Vamos buscá-los onde eles estiverem."
As tropas do Bope, com apoio de homens de delegacias especializadas da Polícia Civil, ocuparam toda a extensão da comunidade e vasculharam a parte alta da Vila Cruzeiro, junto à mata. Para dificultar a ação da polícia, os bandidos atearam fogo em pneus colocados em cima das lajes das casas para impedir que os criminosos sejam localizados pelos atiradores de elite que sobrevoavam o local em helicópteros.
Seis blindados da Marinha chegaram aos acessos à Vila Cruzeiro por volta das 14h20min. A operação tem apoio de fuzileiros navais porque são eles que estão conduzindo os veículos, onde seguem os agentes do Bope. Esse tipo de carro nunca foi usado na cidade do Rio. Segundo a nota divulgada pela Marinha do Brasil, os efetivos são limitados às tripulações que conduzem as viaturas.
De acordo com o comandante do Estado Maior da Polícia Militar carioca, coronel Álvaro Garcia, a operação é necessária porque os bandidos escondem no local. Ele disse que a polícia não tem data para sair da Vila Cruzeiro e que irá permanecer no morro por tempo indeterminado, para mais tarde implantar uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), a menina dos olhos da segurança pública carioca, no local.
O coronel descartou o uso das metralhadoras .50, que têm capacidade de abater helicópteros e aviões. Esse armamento faz parte dos blindados M113 cedidos pelos fuzileiros navais. "Vamos para a guerra sim, mas neste nível não", disse.