Mãe de Isabella diz que, se pudesse, cuidaria dos filhos do casal Nardoni

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A mãe de Isabella Nardoni gostaria de abraçar Pietro e Cauã, filhos de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, e disse que, se pudesse, cuidaria das duas crianças. Em entrevista nesta quinta-feira (1º) à rádio BandNews, Ana Carolina Oliveira disse que sente pena dos dois meninos. Alexandre Nardoni e Anna Jatobá foram condenados a 31 e 26 anos, respectivamente, pela morte de Isabella em 29 de março de 2008. Os filhos do casal estão com os avós maternos.
"e eu pudesse, deixaria ele (Pietro) debaixo dos meus braços e o protegeria e cuidaria dele o tempo inteiro. Mas, infelizmente, isso não é do meu alcance. Ele tem a família dele, tem quem cuide dele. Mas tenho um carinho por ele ", admitiu. Pietro é o filho mais velho do casal Nardoni e Jatobá.
Na entrevista à BandNews, Ana Oliveira disse que sentiu muito pelas crianças, que ficarão separadas dos pais. " O Pietro, com quem tive mais proximidade, eu gosto demais. Inclusive, um dia antes (do crime), ele esteve na minha casa. Gostaria demais de dar um abraço nele. Ele amava demais a minha filha e ela, a ele. O Cauã também, mas o Pietro, por ser mais velho, por termos mais contato, por poder falar, se expressar", - disse Ana Carolina.
O advogado de Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá entrou com recurso nesta quarta-feira para tentar anular o julgamento. O advogado Roberto Podval informou apenas que o recurso foi impetrado no Tribunal do Júri do Fórum de Santana, na Zona Norte.Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo, Podval apresentou apelação e protesto por novo júri e pretende apresentar as suas razões oralmente ao TJ-SP.
Eles estão presos em penitenciárias de Tremembé, no interior de São Paulo. A menina morreu após ser esganada e jogada pela janela do sexto andar do prédio em que o pai morava, na Zona Norte da capital paulista.
No início da semana, Roberto Podval informou que entraria com dois recursos: apelação e protesto por novo júri. Ele entende que o protesto por novo júri é cabível, apesar da Lei 11.689 de agosto de 2008 ter abolido o direito de pedir novo júri em caso de penas iguais ou superiores a 20 anos de prisão. Há quem diga que o casal tem direito de ser levado a novo julgamento porque cometeu o crime em março de 2008, antes de a lei entrar em vigor. Outros, no entanto, defendem que o que vale é a data do julgamento, e não a do crime e que a lei, por ser de conteúdo processual, tem efeitos imediatos.
Para a defesa do casal Nardoni, no entanto, a lei é mista, com mudanças processuais que afetam questões como a quantidade de pena, regida pela Código Penal. No entanto, Podval admite que a questão é polêmica e nova e vai depender do entendimento do STF.
Já a apelação será fundamentada em várias nulidades, que segundo o advogado do casal, existiram no julgamento. A maior delas, para ele, é o fato de a mãe de Isabella, Ana Carolina Oliveira, ter sido arrolada no processo ao mesmo tempo como testemunha e como assistente de acusação, o que pode motivar um novo julgamento. Podval, no entanto, afirmou que são pequenas as chances de o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidir favoravelmente ao pedido de um novo julgamento para o casal.