Dener Pedro

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Estagiário do GeraçãoE

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Dener Pedro Estagiário do GeraçãoE


Tecnologia

Startup gaúcha cria máquina para levar inovação e segurança para a colheita de maçãs

A Verno Máquinas surgiu a partir de uma pesquisa realizada na Ufrgs
Dizer que as universidades têm um papel fundamental na geração de novos empreendimentos é uma evidência. A formação acadêmica tem um importante papel para o desenvolvimento pessoal e profissional dos empreendedores. Além disso, as universidades promovem iniciativas voltadas à capacitação e ao suporte de pesquisas responsáveis por levar inovação para diferentes segmentos.Um grupo de estudantes de Engenharia da Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) decidiu, em 2020, inscrever-se para uma bolsa de iniciação empreendedora através da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico (Sedetec) da universidade. “Queríamos empreender e utilizar esse recurso da Ufrgs para o desenvolvimento. Enviamos várias propostas e essa acabou passando”, comenta Victor Shigeo, um dos criadores do projeto que começou com o nome de MachFruits, iniciativa que passou anos desenvolvendo uma máquina de colheita de maçã, com o objetivo de diminuir o esforço humano envolvido nessa função.A escolha pela área de atuação se deu a partir de uma análise de mercado feita pelos envolvidos no projeto. “Notamos que o setor da fruticultura brasileira carece de tecnologias. Existem máquinas no exterior, carretas mais simples, mas nada parecido com o que estamos desenvolvendo”, garante Fernando de Antoni, também sócio da iniciativa ao lado de Vinicius Giacobbo e Renato Longo.
Dizer que as universidades têm um papel fundamental na geração de novos empreendimentos é uma evidência. A formação acadêmica tem um importante papel para o desenvolvimento pessoal e profissional dos empreendedores. Além disso, as universidades promovem iniciativas voltadas à capacitação e ao suporte de pesquisas responsáveis por levar inovação para diferentes segmentos.

Um grupo de estudantes de Engenharia da Ufrgs (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) decidiu, em 2020, inscrever-se para uma bolsa de iniciação empreendedora através da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico (Sedetec) da universidade. “Queríamos empreender e utilizar esse recurso da Ufrgs para o desenvolvimento. Enviamos várias propostas e essa acabou passando”, comenta Victor Shigeo, um dos criadores do projeto que começou com o nome de MachFruits, iniciativa que passou anos desenvolvendo uma máquina de colheita de maçã, com o objetivo de diminuir o esforço humano envolvido nessa função.

A escolha pela área de atuação se deu a partir de uma análise de mercado feita pelos envolvidos no projeto. “Notamos que o setor da fruticultura brasileira carece de tecnologias. Existem máquinas no exterior, carretas mais simples, mas nada parecido com o que estamos desenvolvendo”, garante Fernando de Antoni, também sócio da iniciativa ao lado de Vinicius Giacobbo e Renato Longo.
A máquina tem uma estrutura sobre rodas, que nós chamamos de plataforma, onde colocamos duas UTFs (Unidade de Transporte das Frutas), que é a nossa inovação, nossa patente”, explica Fernando. “Foi projetado pensando na maçã, então tem a altura certa, a largura para os corredores de pomares, e a engenharia para amortecer a fruta sem que ela se deteriore no processo. Com maçãs, isso é ainda mais difícil porque a casca é fina”, observa.

A etapa de testes, além da ideação do produto, foi possível através de programas de aceleração buscados pelos sócios. “Participamos do programa Centelha, que nos ajudou com recurso e nos permitiu fabricar a máquina para os testes, além do BRDE Labs, outro programa que vamos participar até o fim do ano”, diz Victor.

Outra preocupação que motivou a criação da máquina por parte dos sócios foi a facilitação da mão-de-obra dos coletores. “O trabalho é bastante manual e muito cuidadoso. Tem que pegar a maçã, colocar nas sacolas, depois nas caixas, e é muito pesado”, diz Fernando. “Além de a colheita ser a etapa mais onerosa para o produtor, muitos contratam safristas só para o período. É caro, cansativo, lento, pouco produtivo e pouco seguro, por conta das escadas, que nós queremos eliminar. A ideia não é acabar com o trabalho do safrista, mas sim simplificar”, pontua Victor.

Mudança de rumos

Após cinco anos desenvolvendo o produto, a MachFruits mudou. Hoje, com o nome de Verno Máquinas, passou a adotar uma postura comercial, visando alcançar clientes, que já começaram a chegar. Com mais de 15 interessados, o produto já foi testado em algumas propriedades, e a ideia dos sócios é que 2026 seja o ano de colocá-lo no mercado.

Inicialmente, a ideia da Verno é disponibilizar o maquinário por aluguel, visando conquistar novos clientes. “Vamos fazer algumas demonstrações com produtores das regiões de Vacaria e de Caxias para começar a comercializar a máquina. Vamos escalando, primeiro com demonstrações sem custos e depois com o aluguel para conseguirmos vender”, explica Fernando.
A ideia dos sócios é, no futuro, desenvolver máquinas que atendam outros tipos de fruto. “A laranja, por exemplo, é parecida com a maçã. São frutas redondas, que dão em árvores altas, de cerca de 4 metros, os pomares são organizados em corredores, então é adaptável”, afirma Fernando.

Para este novo passo, Fernando destaca que há a necessidade de realizar novos testes para a adequação do produto por conta de algumas diferenças. “Estamos conversando com produtores do Vale do Caí, que é uma região forte na produção de bergamotas e laranjas. Neste caso, provavelmente, precisaríamos de um ajuste na plataforma, deixando-a mais larga, para acompanhar a largura dos corredores”, prevê.

O sonho dos sócios é que a Verno se torne uma referência no mercado de colheita no Brasil e até mesmo em outros países da América Latina. "Conversamos com a Associação Brasileira de Produtores de Maçãs (ABPM), que também tem o interesse de levar nosso produto para o maior número possível de empresas no Brasil. Então, acreditamos que, levando para esses testes e eles tendo bons resultados na prática, vamos conseguir começar a comercializar”, projeta Victor.

A aposta nos bons resultados em testes é a esperança dos sócios numa potencial expansão. “O Rio Grande do Sul também é líder nacional na produção de pêssego e pêra. Tendo essa abertura aqui no Estado, sabemos que outros países como Argentina, Chile e Uruguai também são fortes na maçã e podemos chegar lá. Claro que, para isso acontecer, depende de muitas variáveis, mas sem dúvidas é um sonho que temos”, revela Fernando.