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19 de Novembro de 2025 às 00:25
Novidade
Dener Pedro, Júlia Fernandes
GE
Liandra Winck é a mente e o coração por trás do Brigadeiros da Li, que oferece rodízio dos doces na Capital Foto: NATHAN LEMOS/JC
O negócio se tornou sensação nas redes sociais ao lançar o rodízio de brigadeiros, com mais de 25 sabores diferentes
Foto: NATHAN LEMOS/JC
Isadora, proprietária da cafeteria e bar Flor de Lis. GE Foto: TÂNIA MEINERZ/JC
Dener Pedro Estagiário do GeraçãoE
Dener Pedro
Estagiário do GeraçãoE
Júlia Fernandes Repórter
Júlia Fernandes
Repórter
Novidade
Empreendedoras inovam no cenário de docerias de Porto Alegre
Dos clássicos aos inclusivos, os doces são o norte de operações da Capital
Negócios focados em doces têm ganhado espaço na Capital. De marcas vindas de outras cidades às que conquistam o primeiro espaço físico, operações gastronômicas especializadas em confeitaria consolidam presença em Porto Alegre.
Negócios focados em doces têm ganhado espaço na Capital. De marcas vindas de outras cidades às que conquistam o primeiro espaço físico, operações gastronômicas especializadas em confeitaria consolidam presença em Porto Alegre.
Considerado quase um patrimônio nacional, o brigadeiro é um dos doces mais populares e queridos pelos brasileiros. Além de adoçar festas e encontros, o doce também se tornou fonte de renda para muitos empreendedores pelo País. É o caso de Liandra Winck, natural de Santa Rosa, no interior do Rio Grande do Sul. A empreendedora é a mente e o coração por trás do Brigadeiros da Li (@brigadeirosli), doceria localizada na Cidade Baixa, em Porto Alegre, que se tornou sensação nas redes sociais ao lançar o rodízio de brigadeiros, com mais de 25 sabores diferentes.
A trajetória de Liandra começou de forma simples, ainda em 2015. Aos 16 anos, recém-chegada à Capital para cursar o pré-vestibular da UFRGS, ela precisava pagar aluguel do apartamento em que morava. “Comecei a vender brigadeiros nas paradas de ônibus da João Pessoa. Fazia tudo em casa e saía com as caixinhas na mochila. Era o que eu tinha para tentar juntar algum dinheiro e continuar estudando”, lembra.
O sucesso veio rápido. Os doces, batizados pelos próprios clientes de “Brigadeiros da Li”, conquistaram o público pelo sabor e pela simpatia da vendedora. Mesmo depois de ser aprovada em Engenharia na Ufrgs, Liandra percebeu que a paixão pelos doces falava mais alto. “Eu tentava conciliar a faculdade com as encomendas, mas era impossível. Todo mundo só queria os meus docinhos. Um dia percebi que era isso o que eu realmente queria fazer.”
Durante a pandemia, o negócio ganhou novo fôlego. Impedida de vender nas ruas, Liandra decidiu formalizar o empreendimento e criou um perfil no iFood. “Montei um CNPJ e comecei a vender de casa. Em pouco tempo, o aplicativo bombou. Eu não dava conta sozinha, era doce o dia inteiro no apartamento.” O sucesso das entregas motivou a abertura de um pequeno ponto físico, em 2021, na Rua Lima e Silva - onde funciona até hoje.
No início, Liandra e a mãe, recém-chegada de Santa Rosa para ajudar na nova fase, atendiam sozinhas. “Naquele tempo, eu vendia 400 docinhos por fim de semana e já achava muito”, conta. Hoje, a produção chega a 8 mil unidades por dia, com o uso de mais de 70 litros de leite condensado diariamente. A equipe também cresceu, são 17 pessoas trabalhando nos dias de maior movimento.
Rodízio de brigadeiros
No último mês, a doceria viralizou nas redes sociais após lançar o rodízio de brigadeiros, uma ideia que surgiu de forma despretensiosa na cozinha. “Eu vi um vídeo na internet e pensei: por que não fazer um rodízio só de brigadeiro?”, conta, rindo. O primeiro final de semana contou apenas com os clientes mais fiéis, mas tudo mudou quando um vídeo publicado por um casal de influenciadores ultrapassou um milhão de visualizações. “Em três dias, a loja encheu. Tivemos fila na porta. Veio gente de Farroupilha, de Pelotas, de cidades que eu nunca imaginei que ouviriam falar de nós.”
Custando R$ 44,90 por pessoa, o rodízio, servido aos sábados e domingos, inclui salgadinhos de festa, mini pizzas e cachorro-quente, além dos 25 sabores de brigadeiro, entre eles opções curiosas, como menta, mirtilo e milho verde. “Tem uns que o pessoal ama e outros que dividem opiniões”, brinca Liandra. “Mas o importante é que as pessoas saiam felizes. A gente quer que o cliente sinta que está numa festa.”
O público, segundo ela, é majoritariamente familiar. “Vem muita gente comemorar aniversário, trazer criança, reunir amigos. Outro dia, uma reserva de 40 pessoas virou 60. A loja ficou lotada, parecia uma festa mesmo”, comenta.
Apesar das dificuldades enfrentadas pelos comerciantes da Cidade Baixa, especialmente após a pandemia e as enchentes, Liandra mantém a fé no bairro. “É um lugar com muita história. Tem seus desafios, mas é aqui que tudo começou. Meu coração é daqui. Mesmo que eu abra outras unidades no futuro, essa vai ser sempre a principal.”
Hoje, o espaço comporta até 40 pessoas no interior e chega a 150 com o uso da área externa. Até janeiro, a empreendedora planeja ampliar a loja e incluir novos produtos no cardápio. “Cada passo que eu dou me lembra de onde eu vim. Eu olho tudo isso e penso: ‘como pode algo que começou tão pequeno virar algo tão grande?’”, emociona-se. “Eu choro toda vez que vejo a casa cheia. Esse negócio é o meu sonho e todo mundo que trabalha aqui ajuda a realizá-lo comigo.”
Endereço e horários
O Brigadeiros da Li está localizado na rua General Lima e Silva, nº 1345, no bairro Cidade Baixa, em Porto Alegre. De segunda a sexta, a loja opera das 10h às 21h. O rodízio ocorre aos sábados, das 14h às 21h, e aos domingos, das 14h às 19h.
Operação de Santa Maria chega a Porto Alegre focando no público com restrições
Além de Santa Maria, a Sem Culpa tem operação em Florianópolis. A nova unidade será a primeira em Porto Alegre
Caroline Coradini trouxe a Sem Culpa, marca de doces inclusivos, de Santa Maria para Porto Alegre Foto: SEM CULPA/DIVULGAÇÃO/JC
Em um mercado cada vez mais atento às necessidades alimentares específicas, a doceria Sem Culpa, de Santa Maria, está expandindo suas operações para Porto Alegre, no bairro Bom Fim. A iniciativa é liderada por Caroline Coradini, que transformou suas próprias restrições alimentares em um negócio.
A empreendedora sempre teve resistência à insulina e intolerância à lactose. Foi pensando nisso que, em 2018,começou a vender doces para pessoas que, assim como ela, não podiam comer nas tradicionais docerias. Foi só em 2020, com a pandemia e a interrupção das graduações de Engenharia Civil e Arquitetura, que Caroline investiu mais tempo e dinheiro no negócio, formalizando a criação da Sem Culpa.
Em 2021, a Sem Culpa passou a ter um endereço fixo. "O pessoal ia até meu apartamento para buscar, mas começou a ficar inviável, porque era no quarto andar. Então, em 2021 nós conseguimos um espaço. Começou como delivery e takeaway, mas abrimos ao público quando começou a liberação para os estabelecimentos (após a Covid-19)", recorda Caroline.
A abertura para atendimento presencial foi um momento importante no desenvolvimento da Sem Culpa. Além do aumento no movimento, possibilitou uma expansão no cardápio. "Com as mesas na rua, começamos a nos tornar uma cafeteria, além de doceria, porque temos muitas opções de café e salgados também", contextualiza Caroline. "Nosso objetivo é que o cliente vá e tenha uma experiência completa, que possa comer tudo o que ele comeria numa cafeteria tradicional, só que saudável", conclui.
A substituição dos ingredientes é o segredo para transformar os produtos em saudáveis. Os açúcares dão lugar aos adoçantes naturais de baixo índice glicêmico. "Muita gente fala mal dos poliois, mas eles acabam sendo a opção mais segura para diabéticos. Se tu não usares uma quantidade grande, tu não vais ter efeito laxativo. O que acontece é que as pessoas colocam uma quantidade absurda de adoçante para chegar num doce tão doce quanto o açúcar e, daí sim, tu tens um efeito laxativo", explica Caroline.
Em relação à lactose, Caroline relata que na maioria dos casos, a substituição é por leite zero lactose, mas que há algumas receitas em que o laticínio é trocado por outros ingredientes. "Utilizamos bebida vegetal à base de castanha ou de amêndoas. Alguma oleaginosa para substituir o leite, geralmente bebida vegetal de aveia com castanha ou leite de coco", cita.
Já para evitar o glúten, a Sem Culpa trabalha com farinhas sem esta proteína, como é o caso das de amêndoas, de coco, ou de arroz integral. "Vez ou outra nós usamos alguma fécula ou um polvilho para poder dar estrutura ou deixar mais aerada a preparação", finaliza Caroline.
Cardápio da Sem Culpa
O cardápio da Sem Culpa é variado, com opções doces e salgadas, além das bebidas. Nos doces, alguns dos destaques são os bombons, oferecidos em diversos sabores. "O que mais vendemos é o de morango, tanto de chocolate branco quanto preto. Os cookies também saem bastante. Os alfajores e as tarteletes são veganos também", comenta Caroline, destacando que estes são os que ela indica e que costumam surpreender quem experimenta.
Já na parte dos salgados, a Sem Culpa conta com opções como crepiocas, empadas, pastéis, quiche e o clássico pão de queijo. A Sem Culpa também oferece diferentes tipos de cafés quentes e gelados, como cappuccinos, expresso, macchiato, iced lattes, além de soda.
O cardápio, assim como a essência da doceria, se manterá igual em Porto Alegre. A expansão para a Capital conta com uma sociedade junto a uma cliente que virou parceira. "Eu tinha alguns convidados do meu casamento que eram intolerantes, e queria que tivesse um espaço só para os doces saudáveis. Conhecemos a Carol e adoramos. Eu cuido mais da minha alimentação que o meu marido, mas ele também gostou muito", lembra Mariana Marchi, sócia da operação de Porto Alegre. "Eu convenci ela porque, de fato, nunca achei doces tão bons quanto os dela aqui", complementa.
A escolha do ponto também foi estrategicamente pensada de acordo com a localização. "O público do Bom Fim gosta desse estilo de negócio, com mesas na calçada, trazer o seu cachorro, conversar, o público pede isso", destaca Mariana, que conversou com a dona de uma loja ao lado sobre o espaço, até então desocupado. "Quando ela disse que estava disponível. "Aí eu falei 'me dá o contato' na hora", brinca.
Após quase cinco anos no delivery, doceria abre loja física no Bom Fim
A Flor de Lis quer se aproximar de um novo público através da operação
Isadora comanda a Flor de Lis, operação que chegou ao bairro Bom Fim com novidade: o bar Clandestino Foto: TÂNIA MEINERZ/JC
Iniciado em meio à pandemia, em janeiro de 2021, a doceria Flor de Lis terá agora uma loja física. Com doces que priorizam a qualidade da produção artesanal, o negócio dá um passo rumo à expansão, que se tornou inevitável. Com vários momentos de alta nas vendas, a empreendedora Isadora Cainelli resolveu aliar a necessidade de ampliação com o desejo de ter um espaço para receber os clientes.
Nome à frente da operação, Isadora sempre gostou de fazer doces. “Decidi que queria ter uma confeitaria quando eu tinha 13 anos”, lembra. “Quando eu e meus amigos saíamos, voltávamos para casa e fazíamos bolo de madrugada“, recorda.
A pandemia foi um momento crucial na vida da empreendedora. Após se formar em Gastronomia com uma certa frustração e incerteza sobre a carreira na cozinha, decidiu cursar Administração. “Logo percebi que como, administradora, eu era uma ótima confeiteira”, brinca. “Quando veio a pandemia, eu decidi arriscar. Pensei ‘se não for agora, eu não vou tentar nunca’, porque se não desse certo, eu também não tinha muito a perder”, explica.
A aposta deu certo. Com vendas acima das expectativas da empreendedora, o negócio foi, pouco a pouco, se consolidando e conquistando novos clientes. O sucesso possibilitou que a empreendedora direcionasse a Flor de Lis para o lugar que sempre quis. “Não gosto de trabalhar com delivery. E ter um café sempre foi meu sonho de garotinha”, confessa.
A abertura da loja tem sido uma forma de experimentar novos horizontes no negócio. “Ter um café está nos permitindo explorar muito mais a criatividade, que é uma necessidade que todo mundo que trabalha com cozinha sente. Nas encomendas, o pedido é fechado, tu só atendes o que o cliente pede. Aqui, as pessoas vêm independente do que tiver, a gente escolhe”, detalha. O cardápio da operação segue com as opções já conhecidas do delivery. A cozinha, inclusive, segue sendo no mesmo local, abastecendo as entregas e a loja física. O acréscimo, em relação aos doces, são os salgados oferecidos, como quiches e empadas. “É um pouco difícil as pessoas saírem para comer só doce, então fizemos essa linha”, justifica.
De dia Flor de Lis, de noite bar Clandestino
Além da doceria, Isadora decidiu aproveitar a vida noturna do bairro Bom Fim com o seu ponto. Durante as noites, a Flor de Lis muda de cara e se transforma no bar Clandestino. “Não queria associar com o nome da Flor porque já é uma marca consolidada, as pessoas poderiam não entender, então criamos esse pseudônimo”, conta sobre a operação noturna.
O bar conta com vendas de cervejas, uma carta de drinks a partir de R$19,90, pizzas e, claro, os doces.
“Tudo que tem no cardápio o dia todo permanece aqui de noite. Então, se tu quiseres comer uma fatia de torta às 23h30min, vai ter aqui”, descontai Isadora.