Liderança Shakti, uma obra que explora o equilíbrio entre as energias femininas (Shakti) e masculinas na liderança, promovendo organizações mais conscientes e harmoniosas

"Problemas foram criados por líderes e modelos de liderança que foram incompletos", destaca autora de best-seller


Liderança Shakti, uma obra que explora o equilíbrio entre as energias femininas (Shakti) e masculinas na liderança, promovendo organizações mais conscientes e harmoniosas

Nilima Bhat é uma líder internacional e referência em liderança consciente. Ela é também autora do best-seller Liderança Shakti, uma obra que explora o equilíbrio entre as energias femininas (Shakti) e masculinas na liderança, promovendo organizações mais conscientes e harmoniosas. O livro ensina líderes a integrarem intuição, empatia e assertividade para alcançar um sucesso sustentável. Nilima foi uma das palestrantes do evento Chama, realizado em Porto Alegre, em novembro, que abordou os desafios da liderança corporativa em tempos de crise.
Nilima Bhat é uma líder internacional e referência em liderança consciente. Ela é também autora do best-seller Liderança Shakti, uma obra que explora o equilíbrio entre as energias femininas (Shakti) e masculinas na liderança, promovendo organizações mais conscientes e harmoniosas. O livro ensina líderes a integrarem intuição, empatia e assertividade para alcançar um sucesso sustentável. Nilima foi uma das palestrantes do evento Chama, realizado em Porto Alegre, em novembro, que abordou os desafios da liderança corporativa em tempos de crise.
GeraçãoE - Você acredita que o paradigma da "liderança consciente" pode ajudar o Rio Grande do Sul a enfrentar seus desafios? Como podemos aplicar esses princípios na prática para promover transformações sustentáveis e profundas em contextos locais?

Sim, porque a liderança consciente é realmente a única forma de liderar, especialmente neste momento em que os líderes enfrentam desafios e o planeta enfrenta uma crise de todos os tipos possíveis. Os problemas foram criados por líderes e modelos de liderança que foram incompletos ou, no mínimo, inconscientes, se não impulsionados pela ganância e pelo egoísmo estreito. Esse desequilíbrio pode ser corrigido à medida que os líderes se tornam mais conscientes. Isso é verdade não só para o Rio Grande do Sul, mas para o mundo todo.
Sempre buscamos reconfigurar o trauma e a crise, seja ela pessoal ou coletiva. Com as inundações e destruição que ocorreram no Estado, isso se torna um convite na liderança Shakti para dizer: não vamos desperdiçar uma boa crise. E se pudermos reconfigurar o trauma como uma iniciação para o próximo nível de vida e de ser neste planeta? As inundações são um grande sinal da natureza, uma resposta da natureza ao que o homem está fazendo ao planeta. Tudo começa com a mudança de consciência, nos tornarmos mais inclusivos, mais conscientes do impacto de nossas escolhas como líderes e, então, ser capazes de liderar de uma maneira que cause o mínimo de dano e leve todos os seus stakeholders junto em seu crescimento.


GeraçãoE - Em "Liderança Shakti", você explora o equilíbrio entre características tradicionalmente vistas como femininas e masculinas. Na sua opinião, quais características estão faltando nas lideranças atuais e como líderes podem cultivá-las?
As principais qualidades femininas que estão faltando na liderança hoje são coisas como cuidado, partilha, empatia, compaixão e a capacidade de incluir todos à medida que você cresce. Liderança inclusiva é a capacidade de levar seus relacionamentos com você, mesmo enquanto foca nas tarefas a serem cumpridas. Essas são as qualidades que os líderes precisam cultivar.
Tudo exige esforço e prática.  Então, pratique a compaixão. Da próxima vez que algo acontecer, ao invés de julgar e ser crítico, tente mudar para lidar com isso com mais compaixão. Tente entender o outro ponto de vista, a outra pessoa. Por que ela está fazendo o que está fazendo? Ela está ferida de alguma forma? Ela está traumatizada de alguma maneira? Ela precisa de ajuda? Seja compassivo.

GeraçãoE - Como podemos incentivar a diversidade de perspectivas dentro das lideranças organizacionais? Quais são os primeiros passos que empresas e instituições no Brasil devem tomar para que a liderança consciente seja uma prática acessível?
Para incentivar uma diversidade de perspectivas dentro da liderança organizacional, é necessário um esforço intencional e foco para criar essa cultura em uma organização. Incorpore isso nos seus sistemas de gestão de desempenho, coloque isso nas suas avaliações anuais, permita que os líderes sejam recompensados, faça com que sejam medidos pela sua capacidade de incluir perspectivas diversas, incentive-os a pensar de maneiras diferentes para resolver problemas, ensine-os que existem formas de cultivar estilos de liderança mais femininas.
É sobre incluir perspectivas diversas e ser capaz de lidar com seus preconceitos inconscientes, olhar para o que você está bloqueando ou suas zonas cegas, como apenas cumprir suas metas e alcançar o sucesso no que diz respeito ao lucro. Se fizer o esforço de dizer que há outro lado da liderança, que é o de levar as pessoas junto com você e garantir o bem-estar dentro da organização, assegurar que existam culturas de segurança psicológica, se você colocar essas práticas em ação e medir os resultados, então você conseguirá fazer isso.
Crie como um movimento interno. Crie intraempreendedorismo voltado para mais diversidade. Crie projetos e incentive-os a acontecer. De fato, se você liberar o potencial de seus colaboradores para que assumam sua própria liderança e a liderança de suas equipes, para trazer suas ideias, suas inovações para um trabalho mais inclusivo, colaborativo e cooperativo, tudo pode mudar.

GeraçãoE - O conceito de "liderar com alma" tem ganhado força recentemente. O que isso significa para você e como esse ideal pode impactar a relação entre líderes e suas comunidades?

Para a liderança Shakti, liderar com a alma é fundamental. A força da sua alma é o que é a sua Shakti, é o seu sentido mais profundo de si mesmo e o que vai ao encontro do seu sentido mais profundo do que é certo, onde você sente que está em contato com algo bom, verdadeiro e belo, para você e para as pessoas com quem trabalha, e para o mundo do qual você sente que faz parte, de uma história maior de evolução humana e desenvolvimento humano.

Você é parte de uma liderança que cria um mundo que funciona para todos. Todos somos parte de uma grande realidade, uma grande matriz que está evoluindo, e todos estamos desempenhando nosso papel como uma peça dessa grande sinfonia e orquestra, certo? Então, muito naturalmente, quando você lidera com a alma como líder, você verá sua comunidade como uma extensão de si mesmo.

Você não pode prejudicar a si mesmo, porque você é a comunidade.
GeraçãoE - Para quem está no início de uma jornada de liderança, quais são os conselhos essenciais para construir um estilo de liderança transformador e empático? Que práticas e reflexões podem ajudar futuros líderes a desenvolver uma visão mais consciente e transformadora?

Minha mensagem para os líderes que estão começando a jornada, especialmente os jovens, é: realmente tentem encontrar seus dons e talentos naturais. Tentem descobrir seus valores fundamentais. Descubra sua alegria, se você ainda não sabe qual é, porque a primeira coisa que você realmente precisa fazer como líder é encontrar e seguir a sua alegria, e tudo irá fluir a partir disso. 

Mas, se você não sabe qual é a sua alegria, então encontre a sua dor, o que você sente que o mundo precisa de cura, que precisa de ajuda. É algo muito pessoal. Quando você vê um problema em algum lugar, isso se torna pessoal. Isso é um bom sinal de que esse é o seu trabalho.

Automaticamente, quando você encontra seu verdadeiro propósito, não só você vai focar no trabalho em questão, que é criar uma mudança real, mas você fará isso de uma maneira que vem da sua alma e, por isso, será transformador e empático em sua liderança.