Atualmente, a escola conta com mais de 360 alunos vindos de 37 municípios do Estado

Escola Agrícola de Viamão forma profissionais para trabalhar no campo desde 1910


Atualmente, a escola conta com mais de 360 alunos vindos de 37 municípios do Estado

É em um terreno de 407 hectares, localizado na ERS-040, em Viamão, que funciona, há 110 anos, a Escola Técnica Agrícola (ETA) da cidade. Fundada em 1910, a escola oferece cursos de formação técnica em agricultura e zootecnia.
É em um terreno de 407 hectares, localizado na ERS-040, em Viamão, que funciona, há 110 anos, a Escola Técnica Agrícola (ETA) da cidade. Fundada em 1910, a escola oferece cursos de formação técnica em agricultura e zootecnia.
O que iniciou como um curso pequeno que, na época, era chamado de capatazia rural, modificou-se ao longo dos anos, incluindo novas frentes e diferentes atividades. "Hoje, oferecemos a possibilidade de formar um profissional. Nossos alunos saem da escola com uma profissão", declara Evandro Cardoso Marinho, nome à frente da diretoria da escola há 21 anos, que reforça o reconhecimento do espaço no mercado de trabalho. "Temos mais de 380 empresas credenciadas para fornecer estágio aos nossos alunos. Entre elas, a maior produtora de grãos do Brasil, a SLC, que vem até aqui buscar os nossos estudantes para realizar o estágio, obrigatório para o aluno se formar na escola", destaca o diretor.
 

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Atualmente, a escola conta com mais de 360 alunos, sendo 100 internos, isto é, que vivem por tempo integral na escola. Uma característica importante, segundo Evandro, é o fato de que muitos alunos vêm do interior apenas para realizar sua formação na escola. "Representa a maior parte dos nossos matriculados. Temos 37 municípios representados aqui, muitos jovens de baixa e média renda, mas partimos da filosofia de que ninguém fica sem estudar por ter ou não ter dinheiro, se precisar, nós criamos as condições necessárias", reforça.
Para Evandro, o que torna a escola única é a preocupação em aliar teoria e prática. Desde fevereiro, a ETA iniciou uma disciplina 100% prática, que leva os jovens até o campo e, dali mesmo, eles produzem 30% da alimentação consumida no refeitório da escola. "O resultado pedagógico é a produção: mais alface, mais repolho, mais couve. Nosso objetivo é que o aluno desenvolva a teoria com a prática, para sair daqui com uma noção muito próxima do que ele vai encontrar no mercado de trabalho", ressalta.
EVANDRO OLIVEIRA/JC
O professor Alexandre Gomes, técnico em agropecuária há mais de 30 anos, é o responsável pelo novo projeto, que, com dois meses em prática, já colhe bons frutos. "A ideia é que os alunos aprendam na prática para que, talvez, a partir daqui, possam iniciar um negócio. Inclusive, isso já está acontecendo com um aluno, que está iniciando seu próprio projeto", orgulha-se Alexandre. A disciplina envolve preparar o solo do zero, realizando atividades como adubação e irrigação, até chegar ao cultivo de mais de 14 espécies. "É como na vida real, tu pegas uma área crua, cortas a grama, preparas tudo até chegar a esse ponto", explica Alexandre. Atualmente, o terreno utilizado conta com duas estufas e 1,2 mil pés de alface. "Tudo isso vira questão de prova, eles precisam entender quanto o refeitório consome, quanto conseguimos produzir, o que necessita", descreve.
A nova disciplina gerou uma parceria com o Instituto Federal de Viamão, que irá receber mudas de plantas produzidas na escola.
"É uma outra área, um cultivo especializado, então o projeto já está expandindo", comemora o professor, que se mostra muito grato pela oportunidade de impactar e transformar a vida de jovens. "Não preciso chamar a atenção de ninguém aqui, não preciso repreender, eles trabalham sozinhos, estão integrados ao projeto, é muito gratificante fazer parte dessa formação", garante.
 

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Para o futuro, Alexandre sonha em poder participar de projetos sociais. "Nós temos estrutura na escola para fazer isso, podemos ajudar, ainda não é nada quantificado, mas um objetivo para o futuro. Por enquanto, garantimos o refeitório e o bar da escola", afirma. Já num panorama geral da escola, o objetivo para os próximos 10 anos é tornar a ETA autossuficiente, oportunizando que os próprios alunos comercializem os produtos. "Tudo é um ciclo, começa na terra, na água, passa pelas metodologias, produção e chega na industrialização, que é agregar valor ao produto. Nós queremos mostrar para o técnico que ele têm condições de ser um empreendedor e ter uma qualidade de vida superior ao que imagina", destaca Evandro.