Com cerca de 1 mil alunos, o negócio oferece aulas de expressão corporal, como ballet e jazz, aulas de música e também exercícios físicos, como fisioterapia e pilates

Espaço cultural reúne aulas de dança e conceito de antirrestaurante em casarão na Cidade Baixa


Com cerca de 1 mil alunos, o negócio oferece aulas de expressão corporal, como ballet e jazz, aulas de música e também exercícios físicos, como fisioterapia e pilates

Paulo Guimarães, 57 anos, é o empreendedor e artista por trás do MEME Estação Cultural, lugar de desenvolvimento e formação artística que opera há 13 anos no número 176 da rua Lopo Gonçalves, na Cidade Baixa, em Porto Alegre.Formado em Educação Física, Paulo lembra que começou na dança profissional tarde na vida, mas que sempre amou dançar. “A arte está em mim desde que era criança. Lembro de que, quando ficava sozinho em casa, ligava o rádio e dançava por várias horas. Fui atleta a vida inteira e fiz Educação Física contra a vontade de toda família, que queria que eu fizesse Direito”, conta.O educador explica que foi quando já estava com 30 anos que a carreira como bailarino nacional e internacional se consolidou, o que é incomum no meio. “As pessoas me olhavam meio atravessado, porque a maioria dos dançarinos geralmente tem entre 20 e 25 anos, mas eu tinha a capacidade corporal e vontade para estar ali, então eu continuei até os 39 anos. Depois disso, entendi que não iria ser bailarino a vida inteira e fui convidado para desenvolver um projeto cultural aqui em Porto Alegre”, lembra. O projeto acabou não dando muito certo, mas Paulo afirma que o resultado foi positivo e deu o impulso inicial para a criação do MEME no fim de 2004. “Foi nesse período que comecei a dar aula com uma amiga, a Dani, e foi ela que deu a ideia de abrirmos o espaço. Não tinha nenhuma paciência para a área administrativa, de contabilidade, então ela cuidava disso e eu ficava com o cultural mesmo. Nós alugamos uma salinha e ficamos nela por cinco anos”, diz.
Paulo Guimarães, 57 anos, é o empreendedor e artista por trás do MEME Estação Cultural, lugar de desenvolvimento e formação artística que opera há 13 anos no número 176 da rua Lopo Gonçalves, na Cidade Baixa, em Porto Alegre.

Formado em Educação Física, Paulo lembra que começou na dança profissional tarde na vida, mas que sempre amou dançar. “A arte está em mim desde que era criança. Lembro de que, quando ficava sozinho em casa, ligava o rádio e dançava por várias horas. Fui atleta a vida inteira e fiz Educação Física contra a vontade de toda família, que queria que eu fizesse Direito”, conta.

O educador explica que foi quando já estava com 30 anos que a carreira como bailarino nacional e internacional se consolidou, o que é incomum no meio. “As pessoas me olhavam meio atravessado, porque a maioria dos dançarinos geralmente tem entre 20 e 25 anos, mas eu tinha a capacidade corporal e vontade para estar ali, então eu continuei até os 39 anos. Depois disso, entendi que não iria ser bailarino a vida inteira e fui convidado para desenvolver um projeto cultural aqui em Porto Alegre”, lembra.

O projeto acabou não dando muito certo, mas Paulo afirma que o resultado foi positivo e deu o impulso inicial para a criação do MEME no fim de 2004. “Foi nesse período que comecei a dar aula com uma amiga, a Dani, e foi ela que deu a ideia de abrirmos o espaço. Não tinha nenhuma paciência para a área administrativa, de contabilidade, então ela cuidava disso e eu ficava com o cultural mesmo. Nós alugamos uma salinha e ficamos nela por cinco anos”, diz.
LUIZA PRADO/JC


Seis meses depois da abertura, a Dani precisou se afastar do projeto por motivos médicos e o Paulo continuou sozinho. “Eu fazia tudo, a faxina, dava aulas, quase tive uma síncope. Fiz algumas sessões de terapia e minha mente clareou. Foi quando começou o projeto de verdade. Baixei a bola e entendi que, sozinho, eu não conseguiria, então comecei a pensar onde teria que investir e como empreender”, explica o artista.

A MEME Estação Cultural funciona baseada em três alicerces: a sustentabilidade, a rede colaborativa e a economia criativa. “A sustentabilidade é uma forma para o negócio sobreviver além dos editais de investimento em projetos culturais, que todo mundo sabe como é péssimo no nosso País, então nós geramos os nossos recursos”, afirma. A rede colaborativa é algo como um coworking artístico, um espaço que abraça vários projetos independentes. “Fui agregando parceiros e profissionais, disponibilizando apoio e conhecimento de valorização do seu negócio, muitos não sabiam nem dar nome ao que faziam”, comenta o empreendedor.
LUIZA PRADO/JC


A economia criativa representa a parceria entre quem trabalha na casa. Com menos de 10 alunos, o profissional paga 50% dos rendimentos mensais para manter o espaço, a partir de 10, 40%, e, depois de 20 alunos, 30%. “É muito difícil pensar a arte como um negócio, eu mesmo tive muito problema com isso, mas tive que aprender a ser um empreendedor. Contratei consultorias e estudei muito a economia da cultura, uma classe que movimenta 3% do PIB nacional, com mais de cinco milhões de trabalhadores. O principal ponto é saber valorizar o seu produto”, sustenta.

Com 30 profissionais trabalhando atualmente na casa e cerca de 1 mil alunos, o negócio vai de vento em popa, com várias modalidades de expressão corporal, como ballet e jazz, aulas de música e também exercícios físicos, como fisioterapia e pilates. Paulo leciona alongamento, expressão corporal e dança e teatro. Interessados - tanto em entender como trabalhar no espaço, como em fazer aulas - podem entrar em contato e saber mais informações pelo Instagram do projeto (@memeestacao).

A casa tem dois andares e também funciona como um antirrestaurante, modelo de negócio que se aproxima do slow e do comfort food. “Sempre gostei de cozinhar, mas não queria que fosse algo como um café e bistrô tradicional. Queria que fosse algo mais pessoal, mais íntimo e que fosse tudo feito por mim. Então aqui é sempre por agendamento, preparamos tudo com o maior carinho, e é sempre bem gostoso e descontraído. É muito melhor em uma questão de custo-benefício, não tem desperdício e está dando super certo, estamos com a agenda lotada”, garante.