A legaltech Seja Ouvido pretende atender as demandas dos clientes em 72 horas

Startup jurídica gaúcha lança plataforma para solucionar problemas de consumidores de telefonia


A legaltech Seja Ouvido pretende atender as demandas dos clientes em 72 horas

 Figurando nos segmentos que mais geram reclamações dos consumidores, o serviço de telefonia, seja fixa, móvel ou internet, está no radar de empreendedores gaúchos. Os advogados Fabio Rods e Nicholas Nether uniram seus conhecimentos ao do programador Leonardo Chassot para lançar a Seja Ouvido, plataforma que busca solucionar problemas dos consumidores de telefonia móvel, fixa e internet.
 Figurando nos segmentos que mais geram reclamações dos consumidores, o serviço de telefonia, seja fixa, móvel ou internet, está no radar de empreendedores gaúchos. Os advogados Fabio Rods e Nicholas Nether uniram seus conhecimentos ao do programador Leonardo Chassot para lançar a Seja Ouvido, plataforma que busca solucionar problemas dos consumidores de telefonia móvel, fixa e internet.
Fábio e Nicholas contam que se conheceram durante um evento voltado para legaltechs em 2019. A partir daí, começaram a pensar quais serviços poderiam facilitar a vida dos consumidores. Não tardou para que o segmento de telefonia se tornasse a aposta da dupla. "Hoje, o que mais incomoda o consumidor é essa área de telefonia e internet. No site da Secretaria Nacional do Consumidor, é disparado o segmento com mais relatos", afirma Fábio. O projeto levou dois anos para ser desenvolvido. "Tínhamos o foco de reverter a incomodação que as empresas dão para os clientes. Foi uma batalha, porque sempre esbarrávamos na questão ética. Demoramos bastante para elaborar o projeto", conta Fábio. Segundo Nicholas, uma das maiores dificuldades da legaltech foi encontrar o terceiro sócio para compor o projeto. "A parte mais difícil foi encontrar um sócio programador. Tem uma carência no mercado de desenvolvedores, é uma questão para várias startups", pontua Nicholas. 
De forma prática, o objetivo da plataforma é encurtar o tempo entre a reclamação e a solução do problema, dando mais autonomia para o cliente. O consumidor preenche o formulário com as informações sobre o problema com sua operadora. A partir daí, a plataforma envia uma notificação extrajudicial com prazo de 72h de retorno, que será disparada várias vezes, de forma automática. "Ela é direcionada para as pessoas que já procuraram o meio tradicional, já reclamaram com a operadora, têm seus protocolos de atendimento, mas não conseguiram encontrar uma solução. A pessoa faz um registro da reclamação, dos protocolos, e o sistema gera uma notificação nos termos do Código Civil, que, no caso, precisaria de um advogado para fazer. Depois, a plataforma vai jogar para o o máximo de contatos daquela operadora, de forma repetida, até que eles resolvam atender, no caso em até 72h. Enquanto eles não resolverem, estamos batendo na porta", explica Fábio sobre o funcionamento da plataforma. 
Se, neste prazo, o problema não for solucionado, o usuário recebe ao final um documento com todo o registro histórico da solicitação, para entrar com a ação diretamente na Justiça. Esta etapa, garante Nicholas, é de grande valia para o consumidor, já que uma das maiores dificuldades enfrentadas nestas situações é a consolidação de provas. "A prova é muito difícil. Se precisar de uma gravação, é só em juízo, vai ter que ir no advogado, esperar. A ideia é simplificar tudo isso", afirma. "O judiciário está tendo uma recusa se não são fornecidas provas no formato certo. Hoje, não adianta apresentar um print, porque não vai ser aceito. Tem que ter os metadados, e isso o sistema entrega pronto para a pessoa levar no juizado de pequenas causas e dar entrada, também sem advogado", complementa Fábio. 
Os sócios acreditam que há espaço para empreender no segmento das legaltechs. "As pessoas querem facilidade. Criei o primeiro escritório de advocacia com atendimento 100% online do Rio Grande do Sul lá em 2015. Me chamavam de louco, falavam que não ia dar certo. Veio a pandemia, começaram a bater na minha porta. As pessoas querem facilidade e a tecnologia traz isso. E o que estamos buscando oferecer é facilidade", destaca Fábio. 
 O primeiro uso da plataforma é gratuito ao consumidor. A partir da segunda solicitação, é cobrada uma taxa de R$ 19,90 por notificação e uma taxa para a elaboração do relatório de ingresso na Justiça. O formulário pode ser preenchido no site: sejaouvido.com.br/solicite.