Giovanna Sommariva

O app é gratuito e conta com audiodescrição completa, que leva desde o nome do produto até a tabela nutricional

Startup lança aplicativo que traduz rótulos de produtos para pessoas com deficiência visual

Giovanna Sommariva

O app é gratuito e conta com audiodescrição completa, que leva desde o nome do produto até a tabela nutricional

Acessibilidade, liberdade, inclusão e autonomia. São esses os pilares que guiam a Alia Inclui, startup que trabalha com rótulos inclusivos para pessoas com deficiência visual. Lançada em janeiro, a plataforma vem sendo planejada há quase dois anos pelas sócias Tatiane Duarte, Caroline Dall Acua e Débora Rosati, nomes à frente da marca. "Trabalhava há anos como consultora empresarial. Um dia, um cliente queria inserir braille nas embalagens e rótulos do produto dele. Comecei a estudar mais sobre isso e me deparei com alguns grandes empecilhos, foi quando conheci a Carol. Costumo dizer que, quando conheci ela, foi a primeira vez que de fato enxerguei uma pessoa com deficiência", lembra Tatiane sobre o primeiro contato com a sócia, pessoa com baixa visão. "Para mim, a Alia surgiu ali, quando comecei a entender mais sobre o cotidiano dela e, juntas, começamos a pensar em como a tecnologia poderia servir como um braço para levar mais acessibilidade, liberdade, inclusão e autonomia, que é o significado de Alia", explica Tatiane.
Acessibilidade, liberdade, inclusão e autonomia. São esses os pilares que guiam a Alia Inclui, startup que trabalha com rótulos inclusivos para pessoas com deficiência visual. Lançada em janeiro, a plataforma vem sendo planejada há quase dois anos pelas sócias Tatiane Duarte, Caroline Dall Acua e Débora Rosati, nomes à frente da marca. "Trabalhava há anos como consultora empresarial. Um dia, um cliente queria inserir braille nas embalagens e rótulos do produto dele. Comecei a estudar mais sobre isso e me deparei com alguns grandes empecilhos, foi quando conheci a Carol. Costumo dizer que, quando conheci ela, foi a primeira vez que de fato enxerguei uma pessoa com deficiência", lembra Tatiane sobre o primeiro contato com a sócia, pessoa com baixa visão. "Para mim, a Alia surgiu ali, quando comecei a entender mais sobre o cotidiano dela e, juntas, começamos a pensar em como a tecnologia poderia servir como um braço para levar mais acessibilidade, liberdade, inclusão e autonomia, que é o significado de Alia", explica Tatiane.
Enquanto pesquisava sobre o assunto, Tatiane conta que descobriu o porquê de muitas empresas não utilizarem o braille como alternativa inclusiva em embalagens de produtos. "Primeiro, tem o espaço, demanda uma área no rótulo que muitas vezes inviabiliza. Depois, tem o alto relevo, que gera um custo alto e faz com que o preço do produto não seja tão competitivo. E, em terceiro, boa parte da população com deficiência visual não é alfabetizada em braille", elenca a sócia. Pensando nisso, a alternativa foi a audiodescrição e, a partir daí, surgiu o aplicativo Alia Inclui. A plataforma tem como objetivo tornar produtos acessíveis. Para isso, realiza a leitura do código de barras que leva para uma audiodescrição do produto. "Essa inserção pode ser feita de forma gratuita pelos usuários, na própria plataforma, informando nome, marca, peso, de maneira básica, tornando ele minimamente acessível. Já as empresas, que pagam pelo serviço, podem cadastrar os produtos de uma forma muito mais completa e personalizada", destaca Carol, que enxerga a alternativa como uma forma de comunicação para organizações atingirem um novo público.
"É uma forma de utilizar o marketing para atingir pessoas que não são impactadas pelo marketing comum, que é algo essencialmente visual. As pessoas cegas ou de baixa visão não são impactadas por algo que foi pensado em tamanho, em cores. Mas algo acessível me impacta de forma positiva. É uma maneira das empresas se comunicarem com os clientes como for interessante para elas, até adicionando diferentes links na descrição do produto", acredita Carol. Além do aplicativo, a marca também atua na área de treinamentos, buscando tornar empresas mais inclusivas e acessíveis. As sócias utilizam as redes sociais da marca, como o Instagram (@aliainclui), para levar esse conhecimento a outras pessoas.
ARQUIVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
"Quem não vive nesse universo, quem não sente na pele, acaba ficando no campo da ignorância. Não sabe a cor de uma bengala ou a maneira correta de se aproximar de uma pessoa com deficiência, então usamos as redes para isso. As empresas aliadas recebem um treinamento vivencial e técnico. Buscamos agir em todas as frentes para ter um projeto sólido e conseguir, de fato, gerar esse engajamento com a sociedade", considera Tatiane.
Com um investimento inicial de R$ 150 mil e há quase três meses no mercado, a marca conta com quatro empresas parceiras e mais uma dezena de propostas a serem finalizadas. “A recepção está sendo muito bacana, com vários retornos positivos, não só das empresas, que estão procurando bastante, como dos usuários, que estão vendo, baixando e usando o aplicativo”, comenta Tatiane. Em uma semana, o app teve 370 novos cadastros entre sistema IOS e Android. O ticket médio para organizações interessadas gira em torno de R$ 3 mil, a depender da quantidade de produtos que serão inseridos na plataforma.
Em breve, a plataforma também contará com reconhecimento por imagem e geolocalização, além de aviso sonoro, que já está disponível. “Acho importante reforçar que sim, a pauta tem todo um cunho social, estamos muito seguros disso, mas é uma iniciativa privada, precisamos de empresas aliadas para continuar e melhorar o nosso propósito”, admite Tatiane. “A importância de iniciativas assim é imensa porque, no momento que tenho produtos acessíveis, eu tenho liberdade de escolha, isso é algo que me torna um indivíduo participante e atuante na sociedade, isso tem um valor muito grande para a comunidade”, define Carol sobre o negócio.
Giovanna Sommariva

Giovanna Sommariva - repórter do GeraçãoE

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Giovanna Sommariva - repórter do GeraçãoE

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