Uma boa alternativa para tirar ideias do papel e atingir metas é aproveitar o período de início de ano para planejar os próximos meses do negócio

Finanças, marketing, inovação e saúde mental: saiba como planejar e traçar metas para o seu negócio


Uma boa alternativa para tirar ideias do papel e atingir metas é aproveitar o período de início de ano para planejar os próximos meses do negócio

Ainda há tempo para planejar o ano do seu negócio. Mesmo que janeiro esteja chegando ao fim, é importante parar para traçar objetivos e metas para, depois, conseguir mensurar resultados. Em um contexto cada vez mais digital, é essencial que empreendedores e empreendedoras se mantenham atentos às novidades do mercado. O marketing, por exemplo, apesar de ser um conceito antigo, vive se renovando. De acordo com Flávia Murr, consultora de Marketing do Sebrae-RS, são três os principais pontos que devem estar no radar de quem empreende neste ano: comodidade, personalização e digital. "Ontem foi o réveillon e hoje já estamos no fim de janeiro. O tempo passa muito rápido, então é muito importante pensar, agora no início do ano, como tu vais, com o teu serviço, atender às necessidades do público e, a partir daí, definir o calendário anual para a empresa", pontua.
Ainda há tempo para planejar o ano do seu negócio. Mesmo que janeiro esteja chegando ao fim, é importante parar para traçar objetivos e metas para, depois, conseguir mensurar resultados. Em um contexto cada vez mais digital, é essencial que empreendedores e empreendedoras se mantenham atentos às novidades do mercado. O marketing, por exemplo, apesar de ser um conceito antigo, vive se renovando. De acordo com Flávia Murr, consultora de Marketing do Sebrae-RS, são três os principais pontos que devem estar no radar de quem empreende neste ano: comodidade, personalização e digital. "Ontem foi o réveillon e hoje já estamos no fim de janeiro. O tempo passa muito rápido, então é muito importante pensar, agora no início do ano, como tu vais, com o teu serviço, atender às necessidades do público e, a partir daí, definir o calendário anual para a empresa", pontua.
Não existe uma fórmula secreta na hora de criar um planejamento de marketing, o importante é fazê-lo com calma e antecedência para ter tempo de colocar em prática tudo o que se deseja ao longo do ano. A especialista acredita, inclusive, que muitos negócios enxergam isso como uma tarefa árdua, que assusta, e, por isso, não o fazem, mas, na verdade, é algo muito simples e até rápido de executar. "Basta definir o objetivo do negócio para aquele ano, pensar o que se pretende alcançar e listar isso em tarefas, e, quando pensar no objetivo, precisa ter em mente quem é o cliente", elenca Flávia. Conhecer o público alvo do negócio é essencial para que as ações de marketing tenham um resultado positivo. "Tu precisas entender teu público antes de sair fazendo ações nas redes, saber quem ele é e como tu vais atingir aquele cliente", afirma.
Para começar, o melhor caminho é utilizar de base o calendário anual tradicional, aquele com as datas comemorativas básicas e, em cima disso, personalizar de acordo com o nicho do negócio em questão. "Lá vai ter todas as datas básicas como Páscoa, mês da mulher, essas datas que são importantes para a economia e, em cima disso, o empreendedor vai conciliar o seu produto ou serviço com essas datas", explica. Se a ideia é montar um kit especial para a Páscoa, por exemplo, é preciso, além de pensar a ação, definir quanto tempo será necessário para organizá-la. "O empreendedor conhece o próprio público, sabe se precisa de um mês ou uma semana. O importante aqui é planejar com antecedência, anotar tudo, ter programado logo no início do ano porque, se não, só vai ser lembrado em cima da hora e vai se perder o timing de venda e divulgação", expõe Flávia.
Dois pontos que, apesar de não serem novidades, exigem atenção de empreendedores são o WhatsApp e o Google. "Atualmente, o WhatsApp é o maior canal de vendas do País, então, as marcas precisam definir alguém para ficar responsável pelo atendimento via WhatsApp. É como se o cliente entrasse na loja, precisa ter alguém lá para atender, não dá para deixar à deriva de qualquer um responder", reforça. Fazer o básico bem feito, segundo Flávia, continua sendo um diferencial no marketing empresarial. "Atualizar as informações do negócio no Google é essencial. Uma pesquisa da Statista divulgou que, antes de realizar a compra, cerca de 69% dos consumidores brasileiros pesquisam sobre o produto no Google, e 75% nas redes sociais, sendo o Instagram a mais utilizada, então é essencial estar presente nesses canais", afirma.
De acordo com Flávia, o maior segredo para planejar não só o marketing, mas o futuro de um negócio, é muito simples. "Basta escutar a clientela. É muito importante entender qual é a necessidade desse público e o que tu, como empresa, não está fazendo para atender essas demandas", compartilha.
 

'Tem que ter um prazo certo para medir os resultados', indica economista

Planejar financeiramente o ano da empresa é uma das etapas mais importantes para atingir metas. Para isso, entender o momento econômico do País e também do segmento é fundamental para avançar nesta etapa.
Patrícia Palermo, economista-chefe da Fecomércio-RS, traça os principais pontos de atenção para 2023. "O Brasil vai continuar lutando contra a inflação, o que significa continuar com os juros altos. Isso acaba elevando o custo do crédito, de capital de giro, de financiamento das compras. A atividade econômica está perdendo fôlego. Um ambiente econômico de crescimento mais baixo acaba sendo mais concorrencial, porque todo mundo concorre pelo mesmo mercado que não cresce. Os empreendedores precisam ser muito eficientes, porque a dificuldade de vender vai ser evidente", destaca.
Nesta perspectiva, o maior desafio na hora de elaborar um planejamento financeiro é que ele esteja dentro da realidade da empresa. "As pessoas precisam se apropriar dos números do negócio. Entender a sazonalidade e que nem sempre vender mais significa lucrar mais.
É preciso conhecer a história recente do seu negócio", garante.
Rever os tributos que são pagos, assim como a lista de fornecedores, é fundamental durante o planejamento. "De tempos em tempos, é preciso verificar o enquadramento tributário mais vantajoso. Tem que ter um planejamento fiscal para melhorar a rentabilidade. É importante conhecer as formas alternativas de contratação. Conhecer novos fornecedores, novos produtos. Uma boa venda começa em uma boa compra. Precisa negociar preços e prazos e reduzir a necessidade de financiamento de capital de giro", destaca. "Tente identificar atividades ou produtos que estão gerando margem e os que não estão. Se questione se vale a pena continuar com os que não têm. Por exemplo, têm produtos que não tem margem, mas são importantes para ter dentro da tua loja porque vão garantir o giro de pessoas que vão comprar os outros produtos. Mas, muitas vezes, tem um esforço fenomenal em torno de algo que não gera retorno", completa Patrícia.
Ainda, tanto na fase de planejamento quanto de execução dos projetos, é preciso, afirma Patrícia, encarar a realidade do negócio, analisando resultados e realinhando estratégias. "Tem que olhar para o negócio de maneira desapaixonada. Negócio não pode ser filho. Filho tu passas a mão na cabeça o tempo todo. Negócio tem que dar tempo para ver se ele acontece e, se não acontecer, virar a página. Negócios não podem empobrecer as pessoas. Tem que ter um prazo certo para medir os resultados, e se não for o caso, tem que seguir adiante", aconselha.
 

É preciso pensar em inovação para projetar crescimento do negócio

Entre os tantos planos que permeiam a mente de um empreendedor, a expansão e fortalecimento do negócio costumam estar entre os principais. Desde incorporar novos produtos até abrir uma nova unidade, ter a inovação como aliada durante o planejamento pode fazer a diferença. De acordo com Mônica Bortoli, especialista em inovação no Instituto Euvaldo Lodi (IEL), integrante do ecossistema da Fiergs, é essencial analisar o mercado em que se está inserido antes de partir para a prática. "Não dá para olhar somente para o teu negócio, é preciso olhar o que o mercado está fazendo, o que a concorrência está fazendo, conversar com outros empreendedores. O que eles estão fazendo pode ser um insight para o teu negócio. É muito importante participar mais dessa troca", declara a especialista.
A grande dica para este momento é entender que não é preciso - e nem recomendado - fazer tudo sozinho. Buscar instituições, cursos e ferramentas que auxiliem nesse processo é primordial para não se frustrar. "Nós falamos muito em ecossistema hoje em dia, existem autores que podem ajudar esse empreendedor a inserir a inovação, a expandir o negócio. Buscar experiências parecidas e que sejam viáveis para o negócio, adaptar para o que tu ofereces. Temos um ecossistema bem forte aqui no Estado, muita gente disposta a ajudar, muita tecnologia e recursos disponíveis para isso, o problema é que muitas vezes acabam tentando sozinhos, se frustram e desistem", pondera.
A orientação para empreendedores e empreendedoras que buscam crescer pela inovação é avaliar qual a necessidade do teu negócio e, depois de definida, iniciar o período de teste, parte essencial do processo de expansão. "Hoje se fala muito em tecnologia na transformação digital, mas é preciso pensar o que faz sentido para a tua marca, o que é prioridade e o que não é, ter esse olhar mais estratégico", aponta Mônica. Para a especialista, o ecossistema empreendedor do Rio Grande do Sul vive com um grande inimigo da inovação: o medo de errar. "Quando falamos em inovação, precisamos estar aptos ao erro. O importante é testar rápido para errar o quanto antes e poder corrigir isso, mas sem medo de errar, é com os erros que conseguimos adaptar às transformações necessárias", afirma Mônica.
Mais do que ter uma grande ideia, é saber identificar se o negócio em questão está apto para recebê-la, e isso inclui muitas esferas, a começar pela equipe. "A equipe está pronta para essas transformações? Ela está pronta para manter esse novo modelo de negócio à nível estratégico? Porque também é preciso descentralizar isso do próprio empreendedor, ter uma visão de transparência estratégica com a equipe e com os clientes, mostrando as prioridades do negócio e qual o objetivo a se alcançar com essas novas tecnologias", elenca. Para a especialista, um dos motivos que tem dificultado o surgimento de novas inovações e, consequentemente, afastado novos talentos do mercado de trabalho, é a falta de construção por parte do empreendedor com a sua equipe. "Muitas vezes, a inovação é imposta e não construída com a equipe, como deveria. Quem não sabe fazer essa adaptação acaba perdendo muitos profissionais, é importante que a equipe esteja confortável no ambiente de trabalho, que seja seguro", expõe Mônica.
Outro ponto para se estar atento é a busca por diferentes perfis, tentar equilibrar colaboradores que se complementam. "Se eu colocar só engenheiros, os produtos gerados serão de engenharia e podem deixar outra área não explorada", reflete, ressaltando que, para tudo ocorrer da melhor maneira possível, a liderança, assim como a equipe, também deve estar apta e preparada para este momento. "A governança precisa avaliar os riscos, quais podem ser tomados, o valor que pode ser investido, as estratégias que podem ser adotadas, não só internamente, como para o mercado", completa a especialista.
 

Equilíbrio emocional também exige atenção

 Além de estabelecer metas e planejar a parte financeira do negócio para o ano, é fundamental que empreendedores organizem suas demandas pessoais e emocionais para enfrentar esse período da melhor maneira possível. Para Manoela Ziebell, professora do programa de pós-graduação em Psicologia e responsável pelo Grupo de Estudos em Desenvolvimento de Carreira da Pucrs, conhecer-se bem e manter a cabeça em paz é tão essencial para comandar um negócio quanto o dia a dia da operação.
"Existem teóricos que entendem que o trabalho é gasto de energia e que, para alcançar níveis adequados de bem-estar, as pessoas precisam ter condições de estabelecer um equilíbrio entre os recursos e demandas", aponta Manoela. Tal feito envolve, por exemplo, gerenciar a carga horária de trabalho, distribuir tarefas, buscar capacitações e ter clareza sobre as próprias capacidades de gerir um negócio, características e condições importantes para que empreendedores consigam lidar com as atribuições do trabalho, como expectativa de bons resultados financeiros, reconhecimento e captação de novos clientes.
Para começar o ano de forma mais leve e com a cabeça no lugar, a especialista recomenda identificar quais aspectos têm feito o trabalho se tornar pesado, causando estresse e, com isso em mente, buscar alternativas. "Existem situações e demandas que podem ser repensadas e reorganizadas. Outras não. Reconhecê-las e ter um plano para lidar com elas pode ajudar a priorizar, delegar, redesenhar e até abrir mão de algumas atribuições, o que pode fazer com que o trabalho seja percebido como mais leve", declara. Muitos empreendedores e empreendedoras, principalmente no início do negócio, vivem jornadas de até 14h de trabalho, por isso, uma das dicas mais importantes aqui é saber separar um tempo para o descanso e autocuidado. "Estar atento ao que você precisa no momento pode ser extremamente útil para que você consiga lidar com seu empreendimento e preservar seus níveis de bem-estar", define Manoela.
Outro risco decorrente de não reservar um tempo específico para si mesmo é atingir a exaustão ou, em casos mais graves, o burnout. "É um fenômeno psicossocial que acontece quando uma pessoa não dispõe dos recursos necessários e suficientes para lidar com suas demandas pessoais e de trabalho, o que faz com que não consiga recobrar a energia investida na realização do trabalho", explica a especialista. Para evitar chegar a este ponto, é importante entender qual a melhor maneira de se recuperar depois de lidar com o excesso de demandas. "Idealmente, desenvolver recursos pessoais, como competências, experiências e prévias, pode ser mais efetivo nessa empreitada do que diminuir as demandas. Por isso, acredito que autoconhecimento e planejamento são elementos-chave", acrescenta Manoela.