Giovanna Sommariva

A proposta do bar foi pensada a partir do público local, e segue sendo adaptada à necessidade da clientela

Justo busca oferecer alta gastronomia a preços acessíveis no Centro Histórico

Giovanna Sommariva

A proposta do bar foi pensada a partir do público local, e segue sendo adaptada à necessidade da clientela

Autor do Guia de Sobrevivência Gastronômico e ganhador do reality Batalha dos Cozinheiros de 2016, Adelino Bilhalva, é um dos nomes por trás do Justo, bar presente no Centro Histórico há cinco anos. Quando voltou para Porto Alegre após a temporada em São Paulo, em que participou do programa culinário, decidiu investir no ramo da gastronomia ao lado dos amigos, e hoje sócios, Ricardo Yudi, Tom Mendonça e Marcello Lima.
Autor do Guia de Sobrevivência Gastronômico e ganhador do reality Batalha dos Cozinheiros de 2016, Adelino Bilhalva, é um dos nomes por trás do Justo, bar presente no Centro Histórico há cinco anos. Quando voltou para Porto Alegre após a temporada em São Paulo, em que participou do programa culinário, decidiu investir no ramo da gastronomia ao lado dos amigos, e hoje sócios, Ricardo Yudi, Tom Mendonça e Marcello Lima.
O ponto nas escadarias do Viaduto Otávio Rocha foi o primeiro e único visitado pelos sócios. "Começamos a olhar imóveis e, no dia seguinte, já pegamos as chaves do espaço. Em uma semana alugamos, sem plano de negócio, sem cardápio, não tinha nada. Ficamos surpresos por não ter um negócio no ponto porque é um baita espaço, então alugamos e fomos de improviso", admite Adelino sobre o começo do bar. "Era geladeira de casa, sofá de casa. Nós sabíamos que iria rolar, que iria aparecer gente, mas o início foi um negócio de guerrilha", lembra o empreendedor.
A proposta do espaço foi pensada a partir do público local, levando em conta quem são as pessoas que frequentam o Centro Histórico. "Começamos com uma ideia, pensando em quem vem aqui, que é uma galera universitária, sem muita grana, ou alguém que mora por aqui e também não tem muita grana", descreve, reforçando que o Justo vive em constante mudança. "Se o público está mudando, indo para outro lado, nós analisamos e mudamos também. Se algum rango não está vendendo, ele vai sair do cardápio, ou vamos buscar entender o público e o porquê eles não estão gostando daquilo", garante o sócio.
Uma das grandes características do bar, para Adelino, é ser um lugar democrático, acessível para todos. "O objetivo sempre foi ter um espaço que as pessoas não tenham vergonha de entrar. Eu vim da periferia, e quem vem da periferia passa pelos lugares e se questiona se vai poder entrar, se a roupa está adequada, se vai poder pagar, e a gente queria criar um lugar que não tivesse dúvida, onde qualquer pessoa que passasse sentisse que é de boa e entrasse", diz, acreditando ser esse um dos motivos do bar sempre ter movimento. "Imagino que isso explica muito do sucesso, ninguém se sente acuado ou com vergonha, também sempre teve o cardápio na frente do bar com os valores expostos", pondera.
Abertos ao público de segunda a sábado, das 17h às 22h30min, o negócio busca oferecer uma boa gastronomia por preços acessíveis, como a clássica pizza artesanal que custa R$ 10,00. O empreendedor garante que o segredo para manter um preço justo, principalmente em um momento de difícil situação econômica, é unir conhecimento e criatividade. "Nosso aniversário de dois anos foi durante a greve dos caminhoneiros, quando o preço da carne foi lá em cima, e o meu sócio Ricardo, que também é professor de gastronomia, conseguiu criar um sanduíche de carne que vendemos por R$ 10,00. Ele comprou a carne mais barata do mercado e utilizou uma técnica da alta gastronomia, o sous-vide, onde a carne ficou por três dias cozinhando em banho maria. Então, é ter criatividade, conhecimento, trabalhamos com ingredientes simples, mas utilizando a técnica certa para tirar o melhor sabor deles", define.
Enxergando o potencial do Centro Histórico, Adelino comemora a boa relação que os empreendedores do bairro possuem entre si. "Temos um grupo no WhatsApp, nos juntamos e estamos pensando em fazer uma associação. A galera é bem unida, não se enxerga como concorrência", comenta.
"Quando ia abrir aqui, fui falar com o Renato ali do Armazém. No outro lado, e ele ficou superfeliz, porque não enxergamos como concorrência, quanto mais coisa estiver acontecendo por aqui, melhor vai ser pra todo mundo, mais seguro", acredita.
 
Giovanna Sommariva

Giovanna Sommariva - repórter do GeraçãoE

Giovanna Sommariva

Giovanna Sommariva - repórter do GeraçãoE

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