Isadora Jacoby

A GranoSquare surgiu do desejo do casal de consumir um item que unisse benefícios para a saúde e sabor

Da granola feita em casa à produção de 15 toneladas por mês, marca gaúcha projeta internacionalização

Isadora Jacoby

A GranoSquare surgiu do desejo do casal de consumir um item que unisse benefícios para a saúde e sabor

Da produção caseira às toneladas que miram a internacionalização da marca, a GranoSquare, marca gaúcha criada em 2014, celebra uma trajetória empreendedora focada na genuína conexão com a granola. Ricardo Quadrado e Aline Saraiva são os nomes à frente da indústria, que hoje tem sua planta fabril na zona norte de Porto Alegre.
Da produção caseira às toneladas que miram a internacionalização da marca, a GranoSquare, marca gaúcha criada em 2014, celebra uma trajetória empreendedora focada na genuína conexão com a granola. Ricardo Quadrado e Aline Saraiva são os nomes à frente da indústria, que hoje tem sua planta fabril na zona norte de Porto Alegre.
A produção começou de forma artesanal, em casa, por um interesse do casal nos benefícios à saúde proporcionados pelo item. “Nasceu de uma dor minha, uma necessidade que tinha de me alimentar bem. Quando nós nos conhecemos, sempre comia granola no café da manhã e no jantar. Na época, era por obrigação, por saber que fazia bem, mas não tinha prazer. Era uma busca incansável pela granola perfeita”, lembra Ricardo sobre o estopim para o início do negócio.
O desejo de consumir uma granola mais saborosa fez com que Aline trabalhasse na própria receita - a mesma que até hoje é vendida em supermercados em todos Brasil. “Decidi fazer uma granola para ele. Fui fazendo alguns testes, ele chegou do treino e estava a granola lá”, conta Aline. “E aí era a granola dos sonhos. Foi muito interessante porque foi uma gronola desenvolvida pela Aline sem a mínima preocupação com viabilidade financeira. A indústria, quando elabora um produto, se preocupa muito com preço, custo, margem. E nós fizemos o produto perfeito ”, completa Ricardo.
Mesmo sem ter sido criada para comercializar, esse foi o desafio abraçado pelo casal a partir de 2014. Inicialmente, as vendas começaram para amigos e na academia onde treinavam. “Lembro direitinho que eu estava no Moinhos de Vento e fui falar com um amigo meu que era representante de granola dessas mais básicas. Falei para ele que queríamos nos lançar no mercado. Ele disse que seria um produto boutique, que nunca venderia em mercado, uma brincadeira. Ouvimos aquilo, maturamos um pouquinho, mas decidimos apostar. Acreditava que a minha dor era a mesma de muita gente, que era comer bem tendo prazer”, destaca Ricardo, que já tinha experiências no universo dos negócios antes da GranoSquare. De uma família empreendedora, ele iniciou na Excelsior Pneus e depois abriu uma gelateria da Parmalat. Ainda teve experiência à frente de uma hamburgueria. Ricardo percebe que, para todas as suas experiências solo até então, faltou timing para o produto encontrar ressonância no mercado. “A gelateria era em 1999, não tinham tantas e existia uma resistência com o preço. Em 2003, abri uma hamburgueria nos moldes que tinha em São Paulo, que tinha bastante, mas aqui não tinha. Concorria com o xis”, pontua.
Aline é desginer e, agregando as experiências, o casal já começou sabendo onde queria chegar, mas, segundo eles, o caminho foi de um passo atrás do outro. Hoje, a marca está presente nas principais redes do País. “Nas capitais do Brasil, as principais redes, estamos em todas. É um grande desafio a questão nordeste pela logística. No sul e sudeste, somos top 1 em quase todas as redes que estamos”, garante.
O maior desafio, segundo a dupla, foi e segue sendo manter a qualidade e a receita criada em casa na proporção de indústria. Hoje, a GranoSquare produz 15 toneladas por mês de granola e contabiliza um faturamento que gira em torno de R$ 1 milhão. “Fazer uma pequena quantidade é muito fácil ficar gostoso, mas levar esse controle para dentro da indústria é um desafio”, pondera Aline. “Temos uma preocupação absurda com a qualidade. Fazemos uma seleção manual de todos os insumos”, completa Ricardo. Para eles, é esse modus operandi mais artesanal que garante a qualidade do produto. “Aumentando a produção, vem a tentação das pessoas querendo nos vender máquinas, e a gente pensa que, se seguirmos nesse rumo, vamos cair no lugar comum. Gostamos de ter esse controle de todas as etapas do processo”, explica Aline. “A empresa nasceu em casa e depois foi para rua com investimento de R$ 30 mil. Foi crescendo passo a passo, de forma bem sustentável. Não abrimos mão de jeito nenhum dos nossos princípios e valores em cima dos nossos produtos”, afirma Ricardo.
Com cinco sabores no mercado, contando com a receita original, a sem açúcar, a granola salgada, a low carb e a de coco, o objetivo da empresa é a internacionalização do negócio. “Começou a aparecer o reconhecimento do mercado. Recebemos contato de uma empresa da Califórnia que é líder nacional de venda de açaí nos Estados Unidos dizendo que queria trabalhar conosco. Depois dessa, vieram outras empresas de fora. Empresas da Europa, Arábia Saudita", diz Ricardo. “Hoje, estamos com um processo de certificação internacional dentro da fábrica. Estamos em processo de negociação. Uruguai, Emirados Árabes, Estados Unidos e Europa também”, revela Aline.
A dupla percebe que o seu modelo de negócio, incialmente percebido como inviável para a escala de indústria e varejo, transformou o mercado, o que fez com que muitos concorrentes mirassem em produtos similares ao produzido por eles na planta fabril em Porto Alegre, que conta com cerca de 25 colaboradores. “O que nos dá segurança e tranquilidade é que fazemos com muito amor, muita qualidade, muita vontade de que fique gostoso. E as pessoas ao se inspirarem, e até copiarem, elas fazem com a calculadora na mão. Podem se aproximar, mas não é a mesma coisa”, diz Ricardo. “É uma paixão nossa. A nossa meta é levar o sonho da granola perfeita para os quatro cantos do mundo”, projeta Aline, que mira, ainda, na consolidação do mercado nacional. “Queremos ser líder no segmento de granolas no Brasil, inovar em outros produtos também mantendo a qualidade, essa parte de colocar a granola em cada canto do mundo é um projeto, sem perder os olhos para o nosso mercado nacional”, afirma.
Isadora Jacoby

Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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