Isadora Jacoby

O Síndico Torra e Café aposta no balcão para conquistar o público do Centro Histórico

Inspirada em Tim Maia, cafeteria com cara de boteco abre em Porto Alegre

Isadora Jacoby

O Síndico Torra e Café aposta no balcão para conquistar o público do Centro Histórico

Foi com a memória nos tradicionais balcões de rodoviárias e botecos, que o fotojornalista Félix Zucco elaborou o conceito do Síndico Torra e Café, espaço que abriu as portas nesta semana no Centro Histórico. Homenageando Tim Maia, a operação conta com um longo e aconchegante balcão, onde são servidos os cafés especiais que são torrados no mesmo ponto da rua dos Andradas, nº 419. 
Foi com a memória nos tradicionais balcões de rodoviárias e botecos, que o fotojornalista Félix Zucco elaborou o conceito do Síndico Torra e Café, espaço que abriu as portas nesta semana no Centro Histórico. Homenageando Tim Maia, a operação conta com um longo e aconchegante balcão, onde são servidos os cafés especiais que são torrados no mesmo ponto da rua dos Andradas, nº 419. 
A primeira vista, o espaço mais parece um boteco. Essa foi, justamente, a intenção do empreendedor na hora de construir o negócio. "Queria um lugar que trouxesse o café como uma bebida brasileira. O Brasil é o maior produtor de café do mundo, e a gente tem que valorizar isso. Mas eu não via isso se refletir tanto nos espaços, com locais com inspiração bastante brasileira, de lugar raiz. Pensei que queria ter um café com cara de boteco, com essa pegada meio pé sujo, mas sem ser. Uma inspiração de rodoviária, serviço de balcão. Sentar no balcão e ter o café rapidinho", explica Félix sobre o conceito do negócio, que encontra na música brasileira uma de suas essências. "Queria que o lugar transmitisse o Brasil também. Além da arquitetura, precisava ter música brasileira. Black, soul, samba, música black brasileira. E quem eu mais gosto nesse estilo é o Tim Maia. Então, o Síndico é uma homenagem ao Tim Maia. Ele era síndico do prédio dele mesmo", diverte-se o empreendedor. 
A decisão de abrir o primeiro negócio veio após uma trajetória de mais de 10 anos como fotógrafo de jornal. O desejo era experimentar outras atividades e o período da pandemia fez Félix amadurecer e decidir que essa experiência seria em Porto Alegre. "Tinha planos de morar fora, ganhar cultura. E na pandemia me dei conta que o tempo é muito longo e curto ao mesmo tempo, então precisamos estar mais perto do que realmente queremos. Quero estar aqui, perto das pessoas que amo. Me dei conta que Porto Alegre é realmente o lugar que eu gosto", garante o empreendedor, que não titubeou em escolher o centro da Capital como ponto para receber o Síndico. "Sou morador e pregador do Centro Histórico. As pessoas têm preconceito, acham que é sujo, violento, mas o centro mudou. O centro sempre abraçou a cidade, mas a cidade está começando a olhar para cá de novo, tem empreendimentos vindo para cá, novos negócios abrindo. Tem muita gente morando aqui. O centro é um bairro lindo, moro aqui e a minha rua tem cara de interior", afirma Félix.
O ponto foi alvo do desejo do empreendedor mesmo antes de realmente bater o martelo de que abriria um negócio. Enquanto ainda estava trabalhando como fotógrafo, durante a pandemia, o antigo bar que ocupava o ponto de esquina fechou as portas. "Fechou em 2021, abriu para alugar, e eu ficava de olho no ponto, tinha que ser aqui. Já tinha o conceito na cabeça, mas comecei a criar tudo olhando esse espaço que estava para alugar", revela.  
RAMIRO SANCHEZ/ESPECIAL/JC
Estreando no empreendedorismo, ele conta que a jornada tem sido de aprendizados em todas as esferas. Desde a torra até servir o café, todas as atividades são novidade para Félix, que comemora o apoio e parceria que encontrou no segmento do café especial de Porto Alegre. "O café já estava comigo, só precisava validar as coisas, buscar mais conhecimento. Fiz curso de barista, de gestão de cafeteria. Café é referência. Tem que tomar, tomar, tomar com pessoas que entendem, que tem um paladar calibrado, que vão te guiar e te dar referência do que tu tens que buscar na bebida. Comecei a conversar com todos os baristas e donos de cafeteria da cidade. As pessoas do meio são muito receptivas. Sempre deixei claro que queria ter um negócio, e nunca me trataram como um futuro concorrente. A galera me abraçou, trouxe pra dentro, me deram muito café. O café é uma bebida de trazer as pessoas para próximo", acredita Félix, que contou com a ajuda de Gustavo Leão (@gustavobarista) para consolidar a operação. Hoje, a dupla é responsável por todas as etapas, da moagem ao preparo. "Essa operação toda foi pensada por nós dois, ele me ajudou a fazer tudo para conseguirmos inaugurar. Estou aprendendo a ser um comerciante. É um aprendizado em tudo. Estou aprendendo a servir, a atender as pessoas", conta Félix, que trouxe lições da profissão anterior. "Minha passagem pelo jornalismo, de tanto fotografar gente, empresários, galera criando seus negócios, levou minha cabeça a apontar para isso. Mas estou aprendendo a estar aqui, a servir, ser barista", conclui. 
Além do espaço no balcão, que acomoda 15 pessoas, há uma sala com algumas mesas para receber cerca de oito clientes. O Síndico opera na segunda-feira das 13h às 19h e nos outros dias da semana das 9h às 19h. Aos sábados, o negócio abre das 10h às 19h. 
RAMIRO SANCHEZ/ESPECIAL/JC
 
 
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Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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