Duda Guerra

O negócio funciona de segunda-feira a sábado, das 10h às 17h

Locadora de Porto Alegre tem mais de 200 mil títulos no acervo

Duda Guerra

O negócio funciona de segunda-feira a sábado, das 10h às 17h

Se na hora de empreender o foco de muitas pessoas é a inovação, há quem aposta no caminho contrário para abrir um negócio. Em Porto Alegre, iniciativas consolidadas em cima de itens já pouco comuns hoje em dia, como um VHS ou um disco de vinil, ganham mercado ao atrair uma clientela apaixonada, que enxerga nos objetos muito mais que um utilitário, mas uma forma de viver a história.
Se na hora de empreender o foco de muitas pessoas é a inovação, há quem aposta no caminho contrário para abrir um negócio. Em Porto Alegre, iniciativas consolidadas em cima de itens já pouco comuns hoje em dia, como um VHS ou um disco de vinil, ganham mercado ao atrair uma clientela apaixonada, que enxerga nos objetos muito mais que um utilitário, mas uma forma de viver a história.
Nesta perspectiva, muitos pensam que as locadoras são negócios do passado, sem perspectiva de futuro, mas não é nisso que o casal que toca a Twin Vídeo acredita. Presente em Porto Alegre há 31 anos, o lugar se manteve ativo durante a passagem das gerações e comemora a volta pela procura dos produtos.
Denise Noal Franco e Francisco Franco ainda namoravam quando decidiram abrir uma vídeo locadora na Capital, em 1991, em uma garagem no bairro Santo Antonio. "Montamos porque sempre gostamos de filmes, mas foi algo que aconteceu por acaso, porém foi dando certo, era uma época boa para o negócio, a locadora estava em alta". Percebendo que a demanda do mercado era grande e estudando as concorrentes, os sócios começaram a traçar as estratégias comerciais para o negócio. Uma das reclamações dos clientes era a falta de estoque de filmes, as locadoras normalmente tinham uma ou duas edições de um título, por isso, muitas pessoas precisavam ficar esperando dias, ou até meses, até aquele filme ser devolvido. Pensado nisso, a Twin Vídeo começou a comprar vários volumes do mesmo longa-metragem, o que facilitava na hora de alugar para mais clientes.
LUIZA PRADO/JC
Por conta da decisão, o estoque da locadora foi ficando cheio, então os sócios tiveram a ideia de montar um espaço para revenda. Lá, eles vendiam os filmes por um preço mais barato, já que eram usados, para locadoras menores, normalmente do interior, que vinham para Porto Alegre atrás desse tipo de negociação. "Abrimos essa revenda na Farrapos e os donos de locadoras desciam da rodoviária e iam direto ali comprar, era mais em conta para eles. Assim foi indo, até que abrimos outras lojas, chegamos a ter quatro locadores aqui", explica Denise. Com a queda do mercado, o casal foi fechando os outros empreendimentos e há quatro anos eles contam apenas com o galpão localizado na avenida João Walling, nº 73.
"Com essa dificuldade que enfrentamos, começamos a ver outras formas de continuar, porque a gente não costumava vender para as pessoas, era mais para atacado mesmo, só que muita gente começou a querer comprar os filmes, então transformamos a locadora em uma loja", comenta a sócia, afirmando que desde a pandemia, eles não aceitam mais a locação dos itens. Além dos filmes, a Twin Vídeo também vende CDs e Vinis, que assim como os outros produtos, recebem de locadoras que fecharam e precisam se desfazer dos itens ou de colecionadores que também querem liberar espaço. Atualmente, o empreendimento contém mais de 200 mil unidades de filmes, que variam entre DVD, fita e VHS. "As pessoas chegam aqui e ficam assustadas, tem muita coisa, temos filmes infantis, comédia, guerra, lançamentos, os mais antigos, temos muitos filmes raros também, difíceis de encontrar", diz Denise.
O negócio oferece preços acessíveis para a grande parte do estoque, muitos filmes custam entre R$2,00 a R$10,00, mas alguns itens, como box de séries e produtos importados, possuem um valor mais alto. Denise afirma que a melhor parte é ver as pessoas garimpando, segundo ela, eles conquistaram muitos clientes fiéis, que vão procurar por títulos toda a semana, além de pessoas de fora do Estado que viajam apenar para comprar na loja. "Tem um cara de Brasília, uma vez por mês mais ou menos ele vem para cá, só esse ano já veio 10", diz Francisco. O negócio não possui comércio online, para os sócios, é uma alternativa desnecessária, de acordo com eles, é importante ter a experiência de chegar na loja e ficar horas vendo e procurando os filmes.
"O que tu quiser vai ter aqui, às vezes as pessoas chegam com uma preferência, e para ser sincera, eu não sei dizer onde estão os filmes certinho, sei o setor que eles podem estar, é impossível catalogar tudo, mas eu sei que tem, e o legal é isso, é sentar no chão, nas cadeiras e ficar procurando", afirma Denise. O casal está satisfeito com o rumo do negócio e garante que o mercado tem crescido cada vez mais. "Recebemos clientes de todas as idades, desde crianças até pessoas mais velhas, aqueles que amam ver filmes e os que colecionam coisas mais raras, muita gente passa por aqui e acaba encontrando algo que interesse, é muito bom ver que ainda estamos dando certo", diz Denise.
Duda Guerra

Duda Guerra - estagiária do GeraçãoE

Duda Guerra

Duda Guerra - estagiária do GeraçãoE

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