Marcia Quatrin Peripolli e Antônio Elisandro Oliveira são os nomes por trás do Café com Panc, negócio que oferece lanches e bebidas que levam como ingrediente principal plantas não convencionais. As pancs são plantas que possuem um desenvolvimento espontâneo, mas que não são consumidas em larga escala. Lavanda, azedinha, ora-pro-nóbis e urtigão são alguns exemplos de produtos utilizados no cardápio do café, que busca tornar esses alimentos mais conhecidos. Elas são simples de serem cuidadas e podem crescer em ambientes diversos.
O empreendimento surgiu quando a bióloga resolveu mudar de carreira, deixando o emprego na indústria para fazer um ano sabático na Austrália, porém, por conta da pandemia, as fronteiras do país se fecharam e os planos tiveram de ser adiados. Com isso, Antônio, agrônomo, teve a ideia de alugar um espaço na frente da praça da Família Imigrante, local que o casal já frequentava por cuidarem de uma horta compartilhada no terreno.
No início, a ideia era montar um negócio especializado na venda de mudas, mas, com o passar do tempo, optaram por transformar o espaço em um café e empório. Atualmente, o empreendimento serve lanches, almoços, bebidas e vende produtos que compartilham do conceito da loja, como temperos, florais e mudas de pancs. “Estamos muito vinculados aos produtos convencionais, alface, rúcula, couve, mas tem um mundo de plantas aí fora que podemos comer e que são altamente nutritivas e gostosas”, comenta Marcia.
O empreendimento abriu em 2021, e os sócios já possuem planos para aumentar a loja. A dupla comenta que, como buscam valorizar a agricultura familiar, a maioria dos produtos utilizados no cardápio são comprados em feiras e plantações pequenas, além de algumas pancs colhidas na horta popular cuidada pelo casal. “As pessoas ficam espantadas porque elas podem comer um lanche ou tomar uma cerveja com urtiga. Aquelas que conhecem as pancs vem provar, e quem não conhece pergunta o que é, tem gente que nem topa porque acha que é algo de outro planeta”, explica a bióloga.
O casal afirma que o foco principal é trazer uma diversidade alimentar para os cafés de rua de Porto Alegre. Os produtos ofertados pelo negócio mudam conforme a época do ano, já que cada planta tem seu período próprio para cultivo. “A gente trabalha diretamente com a área rural de Porto Alegre, temos produtos de prateleiras que são deles, a própria montagem do café usa de materiais recicláveis, além da decoração que muitas coisas são de amigos ou artistas que passam por aqui”, acrescenta Antônio.
O café fica na rua Riachuelo, nº 996, e abre nas segundas, das 12h30min às 19h, de terça a sexta-feira, das 9h às 19h, e nos sábados das 10h às 18h.