Isadora Jacoby

A Sanpê traz para a Capital a cultura da Serra, com produtos típicos produzidos por lá

Cafeteria inspirada em bairro de Caxias do Sul abre em Porto Alegre

Isadora Jacoby

A Sanpê traz para a Capital a cultura da Serra, com produtos típicos produzidos por lá

 O bairro São Pelegrino, em Caxias do Sul, é a inspiração da Sanpê Coffee, cafeteria que aposta no modelo takeaway no número 243 da avenida Plínio Brasil Milano, em Porto Alegre. A marca, que traz no nome uma referência à região, aposta em itens típicos produzidos na Serra e tradicionais na cultura italiana, como o cantucci, biscoito feito à base de amêndoas que deve ser consumido mergulhando no café. 
 O bairro São Pelegrino, em Caxias do Sul, é a inspiração da Sanpê Coffee, cafeteria que aposta no modelo takeaway no número 243 da avenida Plínio Brasil Milano, em Porto Alegre. A marca, que traz no nome uma referência à região, aposta em itens típicos produzidos na Serra e tradicionais na cultura italiana, como o cantucci, biscoito feito à base de amêndoas que deve ser consumido mergulhando no café. 
Tiago Fiamenghi, nome por trás da novidade, conta que o projeto nasceu durante a pandemia. O designer trabalhava no setor de Turismo, segmento que foi fortemente impactado neste período. Assim, começou, em 2020, o planejamento para o negócio. "Sou natural de Santa Maria, mas morei minha vida inteira em Caxias do Sul. Junto de um grande amigo meu, o Cesar Mincato, que tem muita experiência no ramo da gastronomia, modelamos o negócio. Além de ter sido um grande consultor, ele é o responsável pela operação do Sanpê", conta o empreendedor. "Fomos matando modelos de negócio e fomos chegando na terceira versão, que é essa. Adaptamos a nossa ideia, que era muito mais complexa, a um modelo takeaway, mas com um espacinho aconchegante para receber pessoas. Não é uma coisa tão fria de pegar, levar e não falar com ninguém. Hoje, estamos nessa onda do autoatendimento, mas a gente entende que isso é só uma ferramenta, não substitui a conversa, um bom dia", percebe Tiago. 
ISADORA JACOBY/ESPECIAL/JC
Com foco no café para levar, a operação tem, também, alguns bancos na parte interna e mesas na calçada para receber quem deseja consumir por lá. No cardápio, itens típicos da culinária italiana, como tiramissu e paninos. Mas o destaque, revela o empreendedor, tem sido um biscoito típico da Serra, o cantucci. "É um biscoitinho italiano que é produzido em Galópolis, em Caxias do Sul, e caiu no gosto da galera. Na Itália, as pessoas mergulham no vinho santo, que é o vinho de sobremesa. No Brasil, sempre que se toma café, ganha um biscoitinho. Então, queríamos pensar uma coisa mais autoral e colocamos à venda. Hoje, é o produto que mais vende. Começamos com um sabor e hoje temos seis", conta Tiago sobre os itens que são vendidos por R$ 2,29 com sabores como chocolate com pistache e canela com gengibre. A marca, no entanto, não se conecta apenas ao bairro, mas faz referência ao santo de mesmo nome. "Estamos falando de um santo que, durante sua peregrinação, foi guiado por uma estrela misteriosa. Um pouco do signo da marca está aí também. E entendemos que o nosso negócio também é para os peregrinos do dia a dia, da galera que está indo trabalhar, voltando. Peregrinos urbanos", compara. 
A operação, que inicialmente seria em Caxias do Sul, chegou a Porto Alegre pelo perfil da cidade. "A nossa intenção era validar o negócio em um contexto mais nervoso, mais urbano, com mais densidade de pessoas, com uma rotina mais acelerada de pessoas que uma cidade de interior", diz o empreendedor. No entanto, a produção dos itens do cardápio é toda feita na Serra, apenas finalizada na Capital. A decisão, revela Tiago, foi para otimizar os custos da operação e canalizar o investimento em outras frentes. "Isso implica em um custo operacional melhor e conseguimos investir no que realmente importa, que é a pessoa que está trabalhando, para ela ganhar melhor, ter uma possibilidade de crescimento dentro do negócio. Porque se a pessoa que está atendendo está feliz, todo mundo está feliz", acredita. 
 Com investimento inicial em torno de R$ 200 mil, o negócio, aberto há quatro meses, recebeu, recentemente, um novo sócio. Thedson Cunha chega à marca para assumir a parte administrativa, além de investir para expansão. Duas operações estão sendo desenhadas em Gramado, uma delas com previsão de inauguração ainda neste ano. "O modelo foi desenhado para ser replicado. Inicialmente, tínhamos ideia de franquia, mas, hoje, temos um projeto de replicação por loja própria. Como nos preocupamos muito com o que estamos entregando, tem um momento da franquia que perde o controle disso. Estamos escolhendo um caminho que é um pouco mais difícil e penoso para ter um crescimento qualitativo", pontua o empreendedor, destacando que a decisão também faz parte de uma projeção do negócio em sua vida. "Acredito que as pessoas deveriam entrar nos negócios sabendo como elas querem sair. Tem três formas de sair de um negócio: falir, morrer ou vender. Duas delas eu não quero viver. Esse negócio foi pensado para gerar um valor e, lá na frente, termos a opção de sair. Podemos continuar, mas ele foi pensado para isso. Por isso, abrimos mão do franchising e apostamos no modelo de loja própria", revela Tiago. 
 Além do café e os itens para consumo no local, é possível comprar produtos para levar para casa, como o café da casa, que é vendido em porções de 250g, e os chocolates bean to bar produzidos na Serra. A ideia é que, em breve, outros produtos estejam disponíveis para aumentar o ticket médio da operação. 
No curto período em que está operando, o empreendedor, que se mudou para Porto Alegre, revela alguns aprendizados, mas destaca como principal a diferença entre projetar e viver a rotina do negócio. "O varejo tem que ter uma capacidade rápida de resposta e flexibilidade para ajustar o teu plano de negócio. As hipóteses, durante os dois anos que passamos desenhando o negócio, aceitam tudo. O Excel é exato, mas a vida real é diferente. A porta aberta tem me ensinado a capacidade de resposta rápida às intempéries da vida do negócio e a capacidade de adaptação ao plano que tu desenhaste lá atrás", afirma. 
O Sanpê opera de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h30min, aos sábados das 9h às 17h e aos domingos das 10h30min às 16h30min. 
ISADORA JACOBY/ESPECIAL/JC
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Isadora Jacoby - editora do GeraçãoE

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